“I hear the drums echoing tonight
But she hears only whispers of some quiet conversation

She’s coming in 12:30 flight”

Estes são os primeiros versos de Africa, talvez a melhor música de sempre, de acordo com a Internet. Mas o que torna uma música perfeita em termos científicos? Uma equipa do Giz Asks entrevistou vários profissionais que deram uma visão particular sobre o impacto da música na mente humana.

Segundo o neurocientista Daniel Glaser, a melhor forma de estudar a qualidade de uma música deverá basear-se na reação que as pessoas têm ao ouvi-la, tendo em conta os níveis de dopamina libertados no cérebro e o movimento dos pés.

Sem esquecer que estes resultados não podem ser tidos como algo geral: é que o gosto musical é algo imensamente subjetivo e depende da cultura e do ambiente em que o mesmo se estuda. É desta forma que o cérebro aprende a detetar um tipo de música mais satisfatório para um indivíduo.

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Tudo isto é “decidido” quando o cérebro ainda é jovem, nos primeiros anos de vida (talvez explique o fenómeno Disney). A partir de uma tenra idade, a perceção da música torna-se mais importante. Por isso, de acordo com os investigadores, o momento perfeito para educar alguém musicalmente é na infância.

Mas qual é “a melhor” música?

Para a psicóloga Amy Belfi, a resposta a esta pergunta é relativa: não se pode escolher um tema específico. A maioria das pessoas responde positivamente à música no geral em função do estilo com que mais se identifica. Quando não o fazem, podem sofrer de uma condição chamada anedonia musical: não apreciam a música, como a maioria das pessoas, mas também não a odeiam. É-lhes indiferente.

Por isto, é impossível selecionar uma música com base em critérios científicos. Mas na Internet milhares de utilizadores votaram no tema Africa, uma canção dos anos 80, dos Toto. Para o psícologo David Poeppel, é “sem dúvida um grande tema que arrasou na sua altura e que ainda hoje anima pessoas que nem sequer eram nascidas na altura”. Mas apesar de ser “composta com muito cuidado e gosto, seria muito arriscado atribuir-lhe tal galardão”.

A conclusão a que chegam os especialistas é que muitos dos grandes compositores da história foram os que decidiram romper com as normas da sua época e é isso que importa ao cérebro humano.