O Partido Socialista respondeu esta terça-feira ao PSD, menos de 24 horas depois do ultimato apresentado pelos sociais democratas — e minutos após uma conferência de imprensa de Hugo Soares, líder parlamentar dos sociais-democratas –, que exigia a divulgação da lista de vítimas da tragédia da Pedrógão Grande. A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, diz que a atitude do PSD, que pediu um debate de urgência no Parlamento, revela uma “ausência do sentido de Estado, imprópria de partidos como o PPD/PSD”.

O PSD e o CDS estão, como se pode provar nestes dias, sem rumo e tomados pelo mais absoluto populismo. E, na sua desesperada tentativa de conquistar votos ou de fazer aproveitamento político, não hesitam em semear a desconfiança dos cidadãos nas instituições”, disse Ana Catarina Mendes.

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Para a socialista, a exigência da lista é “uma atitude de grande indignidade e de grande irresponsabilidade” e acredita ser revelador: “Caiu a máscara à direita portuguesa, que não hesita em explorar a perda de vidas humanas”, algo que considera “um valor absoluto para o PS”.

Ana Catarina Mendes considerou “inaceitável o aproveitamento político-partidário que está a fazer com tamanha tragédia humana que se viveu – e ainda se vive – em Pedrógão Grande”. Acusou ainda o PSD e o CDS de perseguição às instituições do Estado, nomeadamente “as forças de segurança, a Proteção Civil, as Forças Armadas e até a justiça são alvo de ataque permanente da direita”.

A secretária-geral adjunta reforça que PSD e CDS se devem apresentar provas de ocultação de informação: “Ou têm alguma prova, e terão que a apresentar publica e rapidamente, ou caso contrário não é admissível dar aso a especulação e a insegurança que é, afinal, o único objeto desta lamentável encenação política.”

O PS não pode por isso deixar de condenar veementemente a forma como a direita e em particular o PSD tem tentado explorar politicamente a tragédia. É intolerável e significa que o PSD atingiu o grau zero do seu sentido de Estado.”

Este não é o tempo de semear a dúvida e a desconfiança“, recorda a número dois dos socialistas, “é tempo de deixar trabalhar as entidades competentes e de reafirmar a segurança nas instituições”.

Em causa está o ultimato apresentado pelo PSD esta segunda-feira que exigia a divulgação da lista de vítimas mortais, após dúvidas de que fossem mais de 64 – o número oficial. O CDS não descarta uma moção de censura e, por sua vez, a PGR já fez saber que tenciona divulgar a lista, assim que cruzar toda a informação.