A Associação de Pensionistas e Reformados (APRe!) defendeu esta terça-feira a eliminação de qualquer taxa de manutenção sobre as contas dos reformados da Caixa Geral de Depósitos e a reversão do encerramento de agências bancárias no interior do país.

A APRE! reagia assim em comunicado à notícia de que parte dos clientes reformados da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vão passar, a partir de 1 de setembro, a pagar comissão de manutenção da conta. Os clientes da CGD, que até agora estavam isentos de comissões, vão passar a pagar 4,95 euros por mês ou a escolher a Conta Caixa com custos mais baixas, de acordo com a nova tabela de Comissões e Despesas da Caixa.

Em comunicado, a APRE! defendeu a eliminação de qualquer taxa de manutenção sobre as contas dos reformados bem como a reversão de encerramento de agências no interior, substituindo esta opção pelo encerramento em grandes cidades, onde a CGD tem múltiplas agências.

“A APRe! não está disponível para contribuir para mais este resgate da banca, considerando esta situação uma penalização inaceitável e violenta contra os idosos, agravada por ter origem num banco público!”, é referido.

No entender da associação, esta notícia só revela a “forma agressiva como o banco público atinge os seus clientes, ao fazer com que os mesmos paguem para receberem as pensões de reforma quando o processo de pagamento de ordenados e pensões, através do banco, foi criado para benefício das entidades empregadoras e da própria banca”.

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A APRE! lembra que a medida da CGD afeta os pensionistas e reformados que têm visto as suas pensões congeladas desde 2009, colocando-os numa situação que implica uma redução do poder de compra.

Além dos reformados, e sem qualquer preocupação especial do ponto de vista social, o fim das isenções das comissões de manutenção da conta à ordem, castiga ainda os reformados por invalidez com menos de 65 anos, bem como, todos aqueles que se aposentaram antecipadamente, na sua grande maioria, por a isso se terem sido forçados”, é indicado.

A APRE!, liderada por Maria do Rosário Gama, chama também a atenção para o facto de serem as “pessoas mais fragilizadas a serem chamadas a contribuir para a recuperação de uma instituição bancária”.

O jornal Público realçou na segunda-feira que “centenas de milhares de outros clientes com domiciliação de rendimentos (vencimento e outros) ou com património financeiro acima de cinco mil euros vão perder a isenção dessa comissão ou ganham uma ‘falsa’ isenção”.

“É que passam a ser obrigados a ter cartões de débito e de crédito e a utilizá-los pelo menos uma vez por mês, o que implica uma despesa efetiva, tendo em conta o custo (anuidade) destes produtos, a que podem acrescer ainda juros, se passarem a utilizar o fracionamento dos pagamentos a crédito”, escreve o jornal.