Portugal pagou 913,3 milhões de euros em juros à troika até junho, menos 171,7 milhões do que no mesmo período de 2016, devido à extensão da maturidade de parte do empréstimo e aos reembolsos antecipados ao FMI.

De acordo com a síntese de execução orçamental até junho divulgada esta terça-feira pela Direção-Geral de Orçamento (DGO), o Estado português pagou 913,3 milhões de euros aos credores em juros dos empréstimos do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), menos 171,7 milhões de euros (ou 15,8%) do que nos mesmos seis meses de 2016.

O Estado reduziu também o pagamento em comissões no âmbito do PAEF para 11 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, menos 4,9 milhões de euros (30,8%) do que os 15,9 milhões de euros pagos até junho de 2016.

A redução da despesa com juros e encargos da dívida direta do Estado (-3,2%) resulta, sobretudo, do decréscimo dos juros relativos aos empréstimos obtidos ao abrigo do PAEF, na sequência da extensão da maturidade do empréstimo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) e das amortizações do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) ocorridas no final de 2016 e no início de 2017″, explica a DGO.

Considerando todos os instrumentos da dívida direta do Estado, Portugal pagou 4.538,4 milhões de euros em juros e comissões até junho, quando nos primeiros seis meses do ano passado o Estado gastou 4.693,5 milhões de euros.

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Desde que Portugal começou a devolver antecipadamente parte do crédito do FMI, em 2015, foram já reembolsados mais de 16.000 milhões de euros (cerca de 60%) do envelope total de 26.000 milhões que a instituição liderada por Christine Lagarde concedeu ao país no âmbito do resgate financeiro de 2011.

Já neste mês de julho, o tesouro desembolsou mais cerca de 1.750 milhões de euros ao FMI, depois de em junho ter reembolsado o credor em cerca de 1.000 milhões. Está previsto, até agosto, o pagamento antecipado de mais cerca 850 milhões de euros. Segundo o Boletim Mensal do IGCP, Portugal está atualmente a pagar uma taxa de juro de 4,4% sobre o crédito concedido pelo FMI ainda por pagar e a maturidade média final desde a data do desembolso desta dívida é de 6,2 anos.

Estes juros cobrados pelo Fundo são superiores à taxa que Portugal está neste momento a pagar pelos títulos de dívida a 10 anos, que ronda os 3%, o que significa que estes reembolsos antecipados ao FMI geram poupanças nos encargos da dívida pública do país.