Hugo Soares, novo líder da bancada do PSD, vai pedir ao presidente da Assembleia da República para convocar a comissão permanente do Parlamento (que substitui o plenário no período de férias parlamentares) para debate de urgência sobre a lista de pessoas que morreram no fogo de Pedrógão Grande.

O social-democrata tinha feito um ultimato ao Governo para que divulgasse, em 24 horas, a lista oficial das pessoas que perderam a vida no incêndio de junho, em Pedrógão Grande. Ainda não tinha passado o tempo dado para a resposta do Executivo e já o líder parlamentar do PSD declarava: “A situação que vivemos é do domínio do surreal”. Hugo Soares referia-se às questões levantadas nos últimos dias sobre o número de mortos na tragédia, pedindo ao Governo que “acabe com a especulação e devolva aos cidadãos a confiança nas instituições”.

Para o PSD, a “enorme especulação sobre a lista nominativa” “não traz confiança aos cidadãos” e “é de uma grande indignidade”. “Hoje não somos capazes de dizer com clareza quantas pessoas perderam a vida naquela tragédia e isso tem implicações graves no dia a dia das pessoas e na necessidade destas pessoas, que tiveram perdas humanas, poderem ser ressarcidas“.

Não faz sentido que o Governo sacuda, desta forma, a água do capote”.

As críticas vão todas para o Governo, com Hugo Soares a dizer que “ninguém com bom senso pode admitir sequer que possa haver um número maior de mortes do que possa ser admitido pelo governo”. Além disso, o PSD considera que quando o primeiro-ministro atira a responsabilidade da contabilização dos mortos para as “autoridades”, como fez na segunda-feira, isso é “uma grande demissão das responsabilidades políticas”. “O país não pode ter um chefe do Governo que se demite das suas obrigações e um Governo que se demite das suas obrigações. É ao Governo que cabe tutelar a Administração Pública”, argumentou Hugo Soares.

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António Costa sobre Pedrógão. “Não é o Governo que contabiliza” os mortos

O PSD mantém a insistência na publicação da lista pelo Governo, mas entretanto vai fazer entrar um requerimento na Assembleia da República para que seja convocada a comissão permanente da Assembleia da República, “com carácter de urgência”, para que o assunto “possa ser debatido”. A comissão permanente substitui o plenário no intervalo entre sessões legislativas, ou seja, durante as férias parlamentares. O último plenário da sessão legislativa foi há uma semana, a 19 de julho.