O filho mais velho do atual Presidente dos Estados Unidos e o ex-diretor de campanha de Donald Trump são ouvidos esta quarta-feira no Senado no âmbito da investigação sobre a alegada ingerência russa nas eleições presidenciais americanas.

Donald Trump Jr e Paul Manafort — que durante a campanha presidencial de 2016 se reuniram com uma advogada russa sob o alegado pressuposto de ter acesso a informações que poderiam comprometer a rival política e candidata presidencial democrata Hillary Clinton – são esperados numa audição no Comité de Justiça do Senado (câmara alta do Congresso norte-americano).

A audição ocorre depois do genro e um dos conselheiros mais próximos de Donald Trump, Jared Kushner, que também participou na reunião com a advogada Natalia Veselnitskaya em junho do ano passado, ter sido ouvido à porta fechada, na segunda e na terça-feira no Comité dos Serviços de Inteligência do Senado e no Comité equivalente na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso).

A par do FBI, os Comités dos Serviços de Inteligência do Senado e da Câmara dos Representantes estão a conduzir inquéritos paralelos sobre a eventual interferência russa nas presidenciais de novembro de 2016 e sobre um presumível conluio entre a Rússia e elementos da campanha presidencial de Trump.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nas últimas horas, novas informações vieram adensar o enredo mediático em redor destas audições.

Na terça-feira, o Comité de Justiça do Senado decidiu intimar Paul Manafort, obrigando o ex-diretor de campanha de Trump a comparecer (na quarta-feira) em pessoa numa audição para explicar as suas ligações com a Rússia. Manafort estava em negociações com o comité para evitar, em primeiro lugar, uma audição pública, em troca de um depoimento privado que seria posteriormente transcrito e disponível ao comité.

Mas o Comité de Justiça anunciou que as negociações tinham fracassado. Em resposta, e ao abrigo dos poderes do Congresso, decidiu intimar Paul Manafort, que foi durante um breve período diretor da campanha de Trump e que apresentaria a demissão após ter sido alvo de suspeitas de corrupção, nomeadamente por ligações ao partido do antigo presidente da Ucrânia, o pró-russo Viktor Yanukovych.

Tal como acontece com outros testemunhos, estaríamos possivelmente disponíveis para dispensar a audição de quarta-feira se estivesse disposto a produzir documentos e a aceitar um depoimento transcrito”, disse o senador republicano Chuck Grassley e a senadora democrata Dianne Feinstein, num comunicado divulgado na terça-feira.

A par de Manafort, Donald Trump Jr também negociou para evitar uma audição pública.

Na véspera da audição no Comité de Justiça, foi também divulgado que Paul Manafort compareceu (na terça-feira) no Comité de Serviços de Inteligência do Senado para responder a questões sobre o dossiê da alegada ingerência russa nas eleições nos Estados Unidos.