O coordenador da equipa técnica do Ministério da Educação de Angola junto dos sindicatos, David Chivela, afirmou esta quarta-feira que o novo estatuto da carreira docente continua aberto para discussão, considerando “antiéticas e injustas” as críticas apontadas publicamente pelos professores.

“Essa indignação não é justa porque se nós tivéssemos enviado já o documento às instâncias competentes seria outro caso. Mas o documento ainda está no fórum de discussão e vamos analisá-lo na sexta-feira”, disse o responsável, em declarações à agência Lusa, em Luanda.

David Chivela esclareceu que algumas propostas dos professores sobre o estatuto da carreira docente “foram acolhidas”, dizendo por isso “não ser susto” que o assunto, ainda em aberto, seja discutido na praça pública, referindo-se às críticas públicas, ao documento, por parte de dirigentes do Sindicato dos Professores Angolanos.

Eles não foram corretos. Então, como é que eles acham que o documento já esteja fechado se temos um encontro no dia 28? Eles não estão a ser coerentes, mas de qualquer forma vamos conversar com eles e na mesa negocial vamos ver calmamente as questões, para buscarmos um entendimento”, observou.

Os professores angolanos lamentarem na última sexta-feira, em conferência de imprensa, que as propostas que apresentaram de revisão ao estatuto da carreira docente não tenham sido consideradas pelo Ministério da Educação, como o subsídio de docência e promoções na carreira, pedindo nova reformulação.

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“Nós propusemos, relativamente ao âmbito de aplicabilidade do projeto, que se retirasse a figura do professor monitor, por aquela pessoa ainda não ser qualificada e em fase experimental, e ainda a retirada do professor auxiliar”, disse Zacarias Jeremias, secretário-geral do Sindicato dos Professores e Técnicos do Ensino não Universitário (Sinptenu).

Manifestando-se abertos ao diálogo, os sindicalistas auguram ainda assim que essas questões possam ser sanadas na próxima reunião com o Ministério da Educação, prevista para 28 de julho, sublinhando que uma nova greve não está descartada. “Nós devemos discutir os assuntos na mesa, aliás como têm sido realizados os encontros, e não é assim na imprensa. Porque aí nada se resolve”, sublinhou David Chivela.

De acordo com o coordenador da equipa técnica do Ministério da Educação de Angola junto dos sindicatos, as propostas da classe docente e da tutela serão harmonizadas, até porque as partes apresentam contribuições opostas. David Chivela referiu ainda que o encontro de sexta-feira vai precisamente “discutir” as questões Alberto, por parte de ambos os lados.

O documento não está fechado, foi a proposta do Ministério e nós remetemos a eles, aliás se eles reagiram é porque o documento chegou a eles. O Ministério remeteu pela mesma via e eles devem proceder de acordo com os procedimentos”, concluiu.

A reposição do subsídio de docência em detrimento do subsídio de exposição direta aos agentes biológicos consta igualmente da nota de protesto dos sindicatos da educação em Angola, numa altura que os professores manifestam a pretensão de voltarem a paralisar as aulas no ensino geral no final deste mês.

“Porque quando não há resoluções plenas das questões não podemos descartar a greve. E depois de ouvirmos os professores das 18 províncias, a direção nacional fará o pronunciamento oficial”, disse por seu turno Hermínia do Nascimento, secretária geral do Sinprof.