Começa esta sexta feira, dia 28, mais uma edição do Jazz em Agosto, aquele festival que anualmente ocupa o Auditório ao Ar Livre da Fundação Gulbenkian, em Lisboa para tentar explicar, no melhor dos cenários, de onde vem o jazz contemporâneo e que caminhos está a traçar para o futuro (futuro esse que, por norma, é concretizado a curto prazo, não há neste universo tolerância para esperar muito).

Entre tradição e arrojo de gente visionária, o Jazz em Agosto traz a Lisboa nomes valentes do improviso destemido mas também arrisca com intérpretes menos dados à fama — que aqui é sempre controlada. Nestes primeiros dias de festival (e atenção que o Jazz em Agosto continua até dia 6 de agosto, domingo, dia em que Dave Douglas encerra o cartaz) tudo isto se mistura e Rui Neves, diretor do evento, explica o porquê de ter estes nomes como os primeiros nomes em palco:

Steve Lehman “Sélébéyone”

Dia 28, Auditório ao Ar Livre, 21h30

“Este novo projeto de Steve Lehman que, em disco, foi recenseado com entusiasmo em 2016, é um corolário de anteriores incursões do jazz no domínio do rap e do hip hop. O septeto Sélébéyone reúne dois distintos rappers, o cantor HPrizm, membro do coletivo de rap experimental e alternativo Antipop Consortium, e Gaston Bandimic, famoso rapper de Dakar, Senegal. A partir das premissas do movimento M-Base de Steve Coleman, do qual Steve Lehman se afirma herdeiro, Sélébéyone — que significa “interseção” em dialeto Wolof (falado no Senegal, Gâmbia e Mauritânia) — propõe um poderoso discurso musical abrangendo múltiplos significados políticos.”

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David Torn Sun of Goldfinger

Dia 29, Auditório ao Ar Livre, 21h30

“O guitarrista David Torn será mais conhecido como colaborador em bandas sonoras de filmes (“Velvet Goldmine”, “O Grande Lebowski”, “A Pele”, “Os Infiltrados”, “Sete Anos no Tibete”) e também por participar em discos de David Bowie. Desde os anos 1980, David Torn tem desenvolvido uma carreira discográfica na ECM onde se destaca o álbum Prezens, onde constrói ambientes diversificados. Tim Berne e Ches Smith, membros da família musical mais próxima de Torn, compõem o novo coletivo Sun of Goldfinger que explora estados de densidade, que tanto destila suaves atmosferas como compactas massas de som numa música que parece permanecer à beira do abismo.”

Coax Orchestra

Dia 30, Auditório ao Ar Livre, 21h30

“A COAX Orchestra é mais um notável exemplo das expressões renovadas da nova geração do jazz francês que o Jazz em Agosto tem vindo a apresentar. Organizada no seio do COAX Colectif em formação de octeto, a COAX Orchestra tem duas almas: o baterista Yann Joussein, seu compositor e conceptualista e o guitarrista Julian Desprez que redefine radicalmente as práticas do instrumento. A personalidade musical muito própria da COAX Orchestra cita conceitos e personalidades do jazz (o harmolodismo de Ornette Coleman, o pós moderno de Naked City de John Zorn ou o universo de Frank Zappa), porém nunca incorrendo na mera colagem, sugerindo novos horizontes onde o lirismo coabita com explosões free e o improvisado com o composto.”

Todas as informações sobre o Jazz em Agosto aqui.