O Tribunal Supremo do Paquistão decidiu esta sexta-feira inabilitar o primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif, considerando que está envolvido em empresas sediadas em paraísos fiscais e que foram denunciadas pelos documentos publicados na investigação “Panama Papers”.

Os cinco juízes do Supremo decidiram de forma unânime que Sharif deve ser “inabilitado” e ordenaram que o processo fosse enviado para o organismo judicial responsável pela luta contra a corrupção.

A sentença foi conhecida esta sexta-feira, mas o caso arrastava-se desde a altura em que o nome do primeiro-ministro surgiu nos documentos revelados pela organização internacional de jornalistas (“Panama Papers”) e que indicava que Sharif e familiares detêm empresas em paraísos fiscais.

“Ele já não está apto para ser um membro honesto do Parlamento e vai cessar as suas funções no cargo de primeiro-ministro”, disse um dos juízes, Ejaz Afzal Khan.

Nawaz Sharif, de 67 anos, estava há três mandatos no cargo (ainda faltava cerca de um ano para o atual chegar ao fim) e declarou-se sempre inocente. Ishaq Dar, o ministro das Finanças e um dos homens da confiança do primeiro-ministro, também foi exonerado do cargo.

Até às próximas eleições, que deverão acontecer apenas em 2018, o partido de Nawaz, a Liga Muçulmana do Paquistão, deverá indicar um novo primeiro-ministro.

É a primeira vez que um chefe de estado é afastado do cargo no Paquistão.

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