O presidente da Binter, a empresa que a partir de terça-feira assegura os transportes aéreos entre as ilhas de Cabo Verde, quer contribuir para o desenvolvimento do arquipélago, assim como aconteceu nas Canárias.

“Binter Cabo Verde nasceu com o objetivo de levar a esse país o modelo de transportes interinsular que já desenvolveu nas Canárias com eficácia desde 1989”, disse Pedro Agustín del Castillo à agência Lusa.

Para o responsável máximo da Binter esse modelo converteu a empresa “numa referência de transportes regionais na Europa”. “Da mesma forma que contribuiu para o desenvolvimento económico das Canárias, a intenção é melhorar a conetividade em Cabo Verde e impulsionar o crescimento” do país, insistiu.

A companhia aérea pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) fecha as suas operações domésticas, continuando a operar apenas a nível regional. A partir de terça-feira as operações domésticas (entre as ilhas) passarão a ser asseguradas pela Binter Cabo Verde, em cujo capital o Estado cabo-verdiano entra com 49%.

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“A estratégia de Binter Cabo Verde é a longo prazo e o nosso objetivo é que seja a companhia utilizada maioritariamente pelos cabo-verdianos”, sublinha Pedro Agustín del Castillo, assegurando que pretende “pôr sempre preços competitivos e ofertas atrativas para o mercado”.

Segundo este empresário, a Binter sempre teve como base da sua vantagem competitiva a conetividade, pontualidade, segurança e o serviço a bordo, “mantendo por sua vez preços competitivos”.

O fecho das operações domésticas por parte da CACV é um dos pontos da reestruturação da companhia aérea pública cabo-verdiana anunciada pelo Governo e que vai implicar despedimentos.

Na semana passada, o maior partido da oposição cabo-verdiana pediu uma investigação do Ministério Público ao negócio entre a companhia aérea pública TACV e a Binter, considerando haver “indícios de corrupção” do atual Governo do Movimento para a Democracia (MpD).

O pedido de investigação do negócio que envolve a TACV e a operadora privada com sede nas Ilhas Canárias (Espanha) foi entregue à Procuradoria-geral da República, na última quinta-feira, por um grupo de deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), a menos de uma semana de a companhia estatal deixar de efetuar voos domésticos.

A operação internacional da Binter começou a partir de 2005 com a empresa a iniciar a pouco e pouco voos para destinos à sua volta: Marrocos, Sahara Ocidental, Mauritânia, Gâmbia, Senegal, Cabo Verde e Madeira (Portugal).

Em 2012 iniciou ligações com Lisboa (Portugal) e Cabo Verde, e em 2013 os voos com o arquipélago dos Açores (Portugal) através de um acordo com a SATA (Serviço Açoriano de Transportes Aéreos).