O caso das viagens de vários políticos pagas pela empresa chinesa Huawei, bem como os ajustes diretos de mais de um milhão de euros feitos por três juntas de freguesia do PSD já chegaram à justiça. A Procuradoria-Geral da República confirmou ao Observador que “o Ministério Público encontra-se a recolher elementos com vista à análise sobre eventual providência a tomar” sobre estes dois casos. O MP está assim numa fase de recolha de informação para depois decidir se abre ou não um inquéritos judiciais, como fez com o Galpgate, que já tem três arguidos.

Um ano e meio antes de rebentar a polémica das viagens ao Euro 2016 pagas pela Galp, a Huawei pagou deslocações de outros políticos ao estrangeiro. Sérgio Azevedo, deputado e vice-presidente da bancada do PSD; Ângelo Pereira, vereador do PSD na câmara de Oeiras e candidato nas próximas autárquicas; e Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, também do PSD, fizeram uma viagem à China, com uma duração de cinco dias, em que a estadia e os voos foram pagos pela empresa de telecomunicações chinesa. A viagem foi feita em fevereiro de 2015 e os três confirmaram ao Observador não só que a fizeram como admitiram que foi a empresa chinesa a pagar.

Deputado, vereador e presidente de junta do PSD viajam à China pagos pela Huawei

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um dos outros casos noticiados pelo Observador está relacionado com alguns dos atos de gestão de três juntas de freguesia lideradas pelo PSD no concelho de Lisboa que — entre avenças e contratos atribuídos por ajuste direto a empresas de militantes do partido — gastaram, no total, mais de um milhão de euros desde o início do mandato.

Em causa estão atos como adjudicar o tratamento de jardins de Lisboa a uma empresa com sede em Barcelos de um “amigo” do partido por 13.530 euros/mês, contratar a prima para coordenadora da área que se tutela na junta, ligar a um amigo para montar um gabinete de comunicação porque é mais rápido, não publicitar ajustes diretos de centenas de milhares de euro ou contratar a empresa do presidente do seu núcleo no partido, do qual o próprio é o vice-presidente.

PSD. Três juntas fazem adjudicações superiores a um milhão a empresas de militantes