O banco central de Moçambique anunciou esta terça-feira que o processo de recapitalização do Moza Banco, um banco que cuja quase metade do capital era detida pelo BES, com aumento do capital e um novo acionista, foi concluído e que o banco vai passar a “funcionar normalmente com orgãos próprios”.

Num comunicado enviado às redações, o Banco de Moçambique “comunica a conclusão do processo de recapitalização do Moza Banco, SA” e acrescenta que este processo só foi “possível através do aumento do capital por entrada de um novo accionista na instituição de crédito em referência”.

Com a recapitalização e a consequente normalização da situação financeira e prudencial do Moza Banco, cessam as razões que ditaram a intervenção do regulador, no caso em apreço o Banco de Moçambique”, refere-se no comunicado.

Assim, o regulador determina “o fim das providências extraordinárias de saneamento impostas ao Moza Banco, SA e sobre a exoneração do Conselho de Administração provisório, passando a instituição de crédito a funcionar normalmente com órgãos próprios”.

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O Banco de Moçambique anunciou no final de maio a venda do Moza Banco à Kuhanha, entidade que gere o fundo de pensões dos trabalhadores do banco central, depois de em setembro do ano passado ter intervencionado a instituição, suspendendo o conselho de administração e a comissão executiva para “proteger os interesses dos depositantes”.

“A situação financeira e prudencial do Moza Banco tem vindo a degradar-se de forma insustentável”, o que tornou necessário “reforçar as medidas extraordinárias de saneamento”, previstas na lei, para “proteger os interesses dos depositantes e outros credores”, salvaguardando “as condições normais de funcionamento do sistema bancário”, declarou na ocasião o banco central.

Na sequência da intervenção, o regulador injetou cerca de oito mil milhões de meticais (105 milhões de euros) no Moza Banco, para travar um colapso e evitar “um terramoto” no sistema financeiro moçambicano.