O The Times já tinha noticiado um encontro entre o filho mais velho de Donald Trump, Donald Trump Jr., e uma advogada russa com ligações ao Kremlin em plena Trump Tower, mas foi uma manchete do The New York Times que rebentou com o o caso: a dita reunião com Natalia Veselnitskaya, onde estiveram também o diretor de campanha, Paul J. Manafort, e o cunhado, Jared Kushner, tinha como principal tema informações sobre a rival na corrida à Casa Branca, Hillary Clinton. O que fazer para estancar a instabilidade?

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Reagindo à notícia, Donald Trump Jr. emitiu um comunicado falando numa “breve reunião introdutória”. “Pedi ao Jared e ao Paul para aparecerem também, discutimos sobretudo um programa sobre a adoção de crianças russas, popular entre famílias americanas há muitos anos e que o governo russo tinha terminado, mas como não era um tema de campanha, naquela altura não houve seguimento”, argumentou. Depois, e como a sucessão de notícias não permitia outro caminho, seguiram-se os desmentidos ou acrescentos, uns atrás dos outros, com o final que se sabe: afinal a reunião visava sobretudo a informação sensível sobre Clinton.

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O que não se sabia, e foi hoje divulgado pelo Washington Post, era a história de como tinha sido feito o primeiro comunicado de Donald Trump Jr.: foi ditado pelo pai, Donald Trump, quando estava a bordo do Air Force One, após participar no G20 em Hamburgo. Esse mesmo comunicado que, pouco depois, seria desmentido.

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Segundo a publicação, os conselheiros tinham o objetivo de responder de forma tão assertiva para que o assunto morresse logo ali. Como? Contando logo toda a verdade sobre esse encontro na Trump Tower, adiantando-se a tudo o que pudesse entretanto surgir. Mas Donald Trump entrou em ação e o plano original foi alterado.

Terá sido o próprio presidente dos Estados Unidos a ditar o comunicado que o filho mais velho iria depois divulgar. E que, entre outras coisas, queria colocar o enfoque da questão na adoção de crianças russas, minimizando tudo o resto por não ser importante. Mais tarde, como se sabe, Donald Trump Jr. e Paul Manafort fizeram entrevistas privadas depois de negociarem os termos para evitar uma audição pública, ao passo que Jared Kushner, perante o Comité de Serviços de Inteligência do Senado, garantiu que nunca teve contactos impróprios nem entrou em conluio com qualquer governo estrangeiro.