A WikiLeaks anunciou na segunda-feira a publicação de 71.848 correios eletrónicos pirateados, anteriores à segunda volta das presidenciais em França e provenientes do partido do novo chefe de Estado, Emmanuel Macron, com o objetivo de “informar a justiça”.

Numa primeira reação, A República em Marcha! (LRM, o partido do Presidente) denunciou a publicação dos documentos internos, disse que alguns são falsos e referiu-se a “uma operação de desestabilização”.

Em comunicado, a WikiLeaks afirma ter confirmado a autenticidade de apenas 21.075 ’emails’ (designados MacronLeaks), mas considera que a “esmagadora maioria dos restantes emails é autêntica”. Os correios eletrónicos foram difundidos na internet pouco antes da segunda volta das presidenciais em 7 de maio passado, mas até ao momento eram dificilmente legíveis. O ‘site’ acrescentou um motor de pesquisa para os tornar de fácil acesso.

O LRM assinala que “após as [suas] primeiras investigações, estes documentos seriam os mesmos que ao provenientes da operação de pirataria organizada em 5 de maio”. O partido apela ainda “à vigilância sobre a natureza destas publicações. A operação de pirataria traduziu-se numa difusão de muitos [emails] falsos que acompanham os documentos autênticos relacionados com o funcionamento interno do movimento”.

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O partido de Emmanuel Macron assegurou ainda que vai informar a justiça francesa desta nova publicação “no âmbito da queixa apresentada, e que está a ser examinada, por acesso fraudulento, extração fraudulenta de dados, atentado ao segredo das correspondências e usurpação de identidade”.

Estes já tinham causado uma reviravolta quando foram inicialmente publicados dois dias antes da segunda volta presidencial francesa, onde Macron enfrentou a líder da extrema-direita, Marine Le Pen. Em maio, apontou-se o dedo aos interesses russos, mas logo Guillaume Poupard, chefe da Agência de Segurança Cibernética francesa, avançou que não existiam evidências de interferência russa.

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