Xanana Gusmão demitiu-se esta sexta-feira da presidência do CNRT, assumindo responsabilidade pela derrota do partido nas legislativas e defendendo que o partido não deve entrar numa coligação de Governo e deve ser oposição.

O partido encontra-se reunido no rescaldo das legislativas de 22 de julho, nas quais obteve 22 mandatos, menos um do que o partido mais votado, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que abriu já as portas ao diálogo com todas as forças políticas para a formação do VII Governo constitucional.

Antes do início do encontro, Francisco Kalbuadi, secretário-geral do CNRT, explicou à Agência Lusa que a reunião seria uma oportunidade para “consolidar o partido e para decidir em termos das regras do partido o que se vai fazer” futuramente. “Não fomos o partido mais votado e, como segundo mais votado, temos que decidir o que vamos fazer sobre o futuro Governo e também discutir um pouco qual é a perspetiva de cinco anos, em linhas gerais, do partido”, explicou.

Durante a campanha, Xanana Gusmão e outros dirigentes do partido mostraram-se confiantes na vitória e até na obtenção de uma maioria absoluta, mas tal não aconteceu. O CNRT acabou por perder oito mandatos em relação aos 30 que tinha no atual parlamento.

O encontro, onde participam cerca de 240 conferencistas, vai decorrer até domingo sob fortes medidas de segurança, com os jornalistas autorizados a estar presentes apenas na abertura e com todos os participantes a terem que deixar os telefones no exterior. “A conferência é fechada e limitada apenas às estruturas superiores do partido”, disse à Lusa um dos vice-presidentes do partido, Vergílio Smith. No final, haverá uma declaração e, ao que tudo indica, uma conferência de imprensa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR