As forças de segurança cercaram a entrada do Ministério Público da Venezuela, em Caracas, segundo a procuradora-geral, Luísa Ortega Díaz.

Esta movimentação surge antes de uma sessão da Assembleia Constituinte eleita no domingo num escrutínio que foi boicotado pela oposição venezuelana e fortemente contestado a nível internacional.

Este órgão, que tomou posse na sexta-feira, terá a missão de redigir uma nova Constituição e os seus membros comprometeram-se a agir rapidamente contra os opositores do presidente Nicolas Maduro.

“Não pensem que vamos esperar semanas, meses ou anos”, disse a ex-ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodriguez, na sexta-feira, depois de ter sido eleito por unanimidade por todos os 545 delegados para liderar a Assembleia.

“Amanhã começamos a agir”, disse.

Na sua página no Twitter Luísa Ortega diz que este é um “cerco” militar, publicando fotos aparentemente tiradas de câmaras de segurança que mostravam cerca de 30 guardas nacionais.

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O escrutínio de domingo ficou marcado por violentos confrontos entre os opositores de Maduro e as forças de segurança venezuelanas em várias cidades, incluindo na capital Caracas, que fizeram 10 mortos.

Na quarta-feira, a empresa responsável pela contagem dos votos do escrutínio, a britânica SmartMatic, denunciou que os dados da participação na eleição de domingo foram “manipulados”, admitindo que a diferença entre a participação real e a anunciada pelas autoridades venezuelanas “é de pelo menos um milhão de votos”.

Na quinta-feira, a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, anunciou a abertura de uma investigação sobre a alegada manipulação eleitoral.

A vaga de contestação contra o governo de Maduro começou em abril passado e desde então 121 pessoas perderam a vida, quase 2.000 ficaram feridas e mais de 5.000 foram detidas.