Exemplo de determinação, perseverança e amor a um desporto perigoso como é a competição automóvel, Billy Monger é um jovem piloto de corridas que, com apenas 17 anos, ficou sem as pernas, na sequência de um horripilante acidente, durante uma corrida de Fórmula 4, em Abril último, no circuito de Donington Park, Reino Unido. Contudo, apenas 11 semanas passadas sobre a traumatizante experiência, Billy regressou às corridas e à condução de um carro.
https://www.youtube.com/watch?v=28Zzu9coTrI
Protagonista de um acidente verdadeiramente aterrador e que ficou registado em vídeo, captado por uma câmara instalada no carro através da qual é possível perceber a violência do embate contra a traseira de um carro que se encontrava imobilizado na pista, as graves sequelas que daí resultaram em Monger, o qual acabou por ter de amputar as pernas, levaram inclusivamente a equipa do britânico, a JHR, a promover uma acção de crowfunding, com o objectivo de garantir fundos suficientes que permitissem ao jovem os melhores tratamentos e melhor recuperação possível. Ainda que disso dificilmente fizesse parte um regresso às corridas…
Mas a verdade é que até as estrelas de Fórmula 1 como Lewis Hamilton, Jenson Button, Felipe Massa, Mark Webber e Max Verstappen estenderam a sua generosidade à acção de crowfunding, que arrecadou 839.362 libras, quando o objectivo inicial era de 260.000 libras. Tudo graças ao apoio de quase 19 mil pessoas.
Apenas 11 semanas decorridas sobre o marcante momento em Donington Park, o impensável aconteceu: Billy Monger voltou a sentar-se no cockpit de um carro de corridas – não apenas para disfrutar da sensação, mas para voltar a correr!
O regresso aconteceu durante uma prova de endurance realizada em Brands Hatch, Kent, no Reino Unido, denominada Fun Cup. Em que os participantes, com vários tipos de deficiências, utilizam carros especialmente adaptados, cuja carroçaria se assemelha à de um Volkswagen Beetle, mas também com prestações idênticas às de um verdadeiro desportivo. No caso específico do carro de Monger, comandos como o acelerador, o travão e outros, surgiam colocados junto ao volante.
https://www.youtube.com/watch?v=5HvPVVXoRo0
Assim e de regresso à competição agora ao serviço da equipa BRIT, formação constituída precisamente com o objectivo de ajudar condutores com sequelas de acidentes e militares com deficiências várias, a competirem no desporto automóvel, Billy afirmou já ter sido “muito bom voltar a sentar-me ao volante”, sendo que a equipa “tinha dois tipos de volante com comandos para eu experimentar. Escolhi um e agora é só uma questão de aperfeiçoar a técnica”.
Já o fundador da escuderia, Dave Player, explicou, também à BBC, que, no caso do jovem piloto, agora com 18 anos, a iniciativa visou proporcionar a Monger as primeiras sensações resultantes do regresso a uma pista de corridas. E, já agora, ajudá-lo a recuperar a licença desportiva.
“A verdade é que ainda não assumi qualquer compromisso a 100%, estou apenas a analisar as diferentes opções, com o objectivo de ver o que será melhor para o meu futuro”, afirma o jovem britânico, reconhecendo que “ainda há muito trabalho a fazer” no que diz respeito à reabilitação, “embora tudo esteja a correr bem. Pelo que espero regressar às pistas em breve”.
https://www.youtube.com/watch?v=ID59bZbBlhk
Enquanto isso e ultrapassada que parece estar mais uma etapa no processo de reabilitação, Billy Monger não quis deixar de agradecer aos muitos fãs que lhe têm enviado mensagens de apoio, recordando que “as pessoas dizem frequentemente que eu sou uma inspiração para elas, mas a verdade é que são elas, ao decidirem apoiar alguém que viveu um acidente como o que eu vivi, que são a verdadeira inspiração”.
