O presidente sul-africano Jacob Zuma sobreviveu a mais uma moção de censura no Parlamento. Apesar de uma ampla coligação dos partidos da oposição, aos quais se juntaram os deputados dissidentes do ANC (partido do presidente), os opositores de Zuma não conseguiram, como avança o The Guardian, votos suficientes para provocar a demissão imediata do chefe de Estado.

Para que a votação fosse vinculativa seriam necessários os votos da maioria dos deputados: pelo menos 201 dos 400 que compõem o hemiciclo. O ANC tem uma maioria confortável de 249 assentos, mas o facto do partido estar dividido e da votação ser secreta (o que o presidente do Parlamento autorizou apenas na véspera) trouxe alguma indecisão ao desfecho final.

Jacob Zuma — que enfrentou uma série de protestos por todo o país nas horas anteriores e viu uma petição assinada por um milhão de pessoas ter sido entregue ao seu vice-presidente — salvou-se no Parlamento com 198 deputados a votarem contra a moção, contra 177 a favor. Foram ainda registadas nove abstenções.

O presidente sul-africano está envolvido em vários escândalos político-financeiros que aumentaram a tensão dentro do próprio ANC. O maior partido da oposição, a Aliança Democrática, apresentou a moção de censura depois de uma remodelação governamental em que Zuma demitiu o ministro das Finanças, Pravin Gordhan. O líder da oposição, Mmusi Maimane, acusou o presidente de estar a jogar à “roleta russa” com a economia.

Zuma tem 75 anos e é presidente da África do Sul desde 2009. É uma das figuras históricas do ANC, partido de Nélson Mandela, e esteve preso durante 10 anos na mesma ilha do histórico líder sul-africano.

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