O Ministério da Administração Interna informou esta quarta-feira que “ainda decorre” o inquérito ordenado ao incêndio num autocarro dentro do Túnel do Marão, que ocorreu em junho.

No espaço de dois meses, houve dois casos de incêndios em viaturas dentro do Túnel do Marão, na Autoestrada 4 (A4), entre Amarante e Vila Real.

A 11 de junho ardeu um autocarro que transportava 20 passageiros e, nesta terça-feira, foi um automóvel. Nos dois casos não se verificaram vítimas, mas a infraestrutura ficou fechada ao trânsito por diferentes períodos de tempo.

Depois do primeiro caso, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, ordenou à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a abertura de um inquérito ao incidente no Túnel do Marão.

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Após ter sido questionado pela agência Lusa sobre o processo, o Ministério da Administração Interna disse hoje, em comunicado, que o inquérito “ainda decorre”.

O objetivo deste inquérito é, segundo foi informado na altura, “apurar a hora da ocorrência, fluxos de alerta aos agentes de proteção civil e socorro e despacho de meios”.

E ainda “avaliar a execução do plano de emergência interno e do plano prévio de intervenção, assim como a articulação entre a entidade gestora do Túnel do Marão e os agentes de proteção civil são outros dos propósitos”.

Após o segundo caso incêndio dentro do túnel, que aconteceu na terça-feira, o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, falou em “descoordenação total” e considerou que o sistema preparado para o socorro dentro da infraestrutura “não está afinado”.

O autarca exigiu ainda saber rapidamente, qual o resultado dos inquéritos “que supostamente foram feitos”, quer pela Infraestruturas de Portugal (IP) quer pelo Governo, após o primeiro caso de incêndio dentro do túnel.

“Queremos ver esses relatórios, queremos saber o resultado desses relatórios, não se brinca com a vida das pessoas, com esta situação no túnel”, sustentou.

Na sua opinião, era “importante perceber que foi feita uma análise exaustiva a tudo aquilo que correu bem e tudo aquilo que correu menos bem, para poder ser corrigido”.

“Está na altura de alguém assumir a sua responsabilidade, de vir a público explicar-se, sem demagogias, sem medo de perder a face porque o que aqui está em causa são vidas humanas, é a segurança das pessoas, é a economia da região, é a tranquilidade de todos aqueles que passam naquela infraestrutura e que têm que ter a certeza que ali passam em segurança”, afirmou.

E, segundo acrescentou, os “dois incêndios que ali ocorreram não foram bem tratados”.

O autarca lançou ainda fortes críticas à deslocalização do centro de controlo do Túnel do Marão, que após a abertura funcionou na infraestrutura, para a sede da IP, em Lisboa.

O Túnel do Marão, que liga Amarante, no distrito do Porto, a Vila Real, abriu em maio de 2016 e tem duas galerias gémeas, cada uma com duas faixas de rodagem e com um comprimento de 5.665 metros.