Cerca de 180 migrantes podem ter sido atirados ao mar pelas mesmas pessoas que lhes haviam prometido travessia até à Europa ou aos Estados do Golfo Pérsico. Segundo a ONU, os traficantes de pessoas começaram a esvaziar as embarcações com medo de que as autoridades que se aproximavam os levassem presos.

Cinco corpos foram recuperados mas mais de 50 continuam desaparecidos. É um segundo incidente em menos de 24 horas. Na quarta-feira, os traficantes forçaram mais 120 pessoas, com origem na Somália e na Etiópia, a saltarem para a água. Pelo menos 50 morreram. As pessoas que morreram estariam a tentar alcançar os Estados do Golfo, na tentativa de escapar à sangrenta guerra civil que tomou conta do Iémen em 2014.

Pouco depois da tragédia, Organização Internacional das Migrações (IOM, em inglês) encontrou 29 corpos numa praia em Shabwa, uma província iémenita.

A porta voz da IOM disse à agência de notícias Reuters que estes incidentes “poderiam representar o início de uma espécie de moda. Os traficantes sabem que podem ser alvos de atiradores então largam as pessoas perto da costa”. Segundo o mesmo organismo, a média de idades das pessoas naquela embarcação rondava os 16 anos.

Apesar dos conflitos e da crise humanitária, o Iémen ainda é a porta de saída principal de milhões de africanos em direção aos Estados ricos do Golfo e à Europa. Este ano, mais de 55 mil pessoas já saírem do Corno de África — onde se situam, por exemplo, países como o Sudão e a Eritreia, dois dos mais pobres do mundo. Mais de metade tinham menos de 18 anos. Um terço são mulheres.

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