Os bancos angolanos receberam em média mais de 300 mil euros por dia em ‘cheques carecas’ só no primeiro semestre de 2017, de acordo com dados do Banco Nacional de Angola (BNA) compilados esta quinta-feira pela Lusa. Segundo o mesmo relatório, sobre meios de pagamento, os bancos angolanos receberam entre janeiro e junho deste ano um total de 2.518 cheques sem provisão, número que em todo o ano de 2016 chegou aos 6.775.

Em termos de valor, e segundo o mesmo relatório, estes cheques sem provimento representaram em seis meses o equivalente a 10.493 milhões de kwanzas (54,1 milhões de euros), quando em todo o ano de 2016 ascenderam, igualmente em montante, a 24.216 milhões de kwanzas (125 milhões de euros).

Por dia, os bancos angolanos receberam aos balcões o equivalente, em média, a 14 cheques sem cobertura. Nos primeiros seis meses de 2017 foram emitidos no total 173.942 cheques, no valor de 498.521 milhões de kwanzas (2.572 milhões de euros).

O número total de cheques emitidos pelos clientes angolanos tem estado em queda desde o pico de 625.247, no ano de 2014, que então representaram 1,365 biliões de kwanzas (sete mil milhões de euros).

Angola vive uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da forte quebra da cotação internacional do barril de crude, que motivou uma descida para menos de metade nas receitas fiscais com a exportação de petróleo desde finais de 2014, e por consequência na entrada de divisas no país, condicionando toda a atividade económica.

Em termos financeiros, o pico mais recente dos ‘cheques carecas’ em Angola atingiu-se em 2013, ano em que 8.139 foram devolvidos pelos bancos por falta de cobertura, totalizando 46,8 mil milhões de kwanzas (241,5 milhões de euros).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR