O Presidente da China, Xi Jinping, pressionou este sábado o homólogo norte-americano, Donald Trump, a evitar “palavras e ações” que possam “exacerbar” a situação já tensa na península coreana.

“Neste momento, as partes envolvidas devem exercer contenção e evitar palavras e atos que possam agravar a tensão na península coreana”, afirmou Xi Jinping, durante a conversa mantida ao telefone com Donald Trump.

Xi defendeu que as partes devem exercer “contenção” e “continuar na direção do diálogo, das negociações e de uma solução política”, informou a CCTV. Segundo a televisão estatal, o líder chinês sublinhou ainda que Pequim e Washington partilham o “interesse comum da desnuclearização da península coreana e da manutenção da paz e da estabilidade”.

Xi Jinping transmitiu ainda que a China “está disposta a trabalhar com a Administração norte-americana para resolver a questão de forma adequada”, refere a agência noticiosa oficial Xinhua.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Casa Branca destacou, por seu turno, em comunicado, que os dois líderes concordaram que a Coreia do Norte tem de parar com o seu comportamento “provocador” que leva a uma crescente escalada da tensão, e “reiteraram o compromisso mútuo com vista à desnuclearização da península coreana”.

Segundo refere a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), Trump instou Pequim a exercer mais pressão sobre a Coreia do Norte para que suspenda o seu programa de armas nucleares.

Os dois líderes congratularam-se ainda com a resolução, adotada recentemente pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que impõe novas sanções a Pyongyang, descrevendo-as como “um passo importante e necessário” para a estabilidade na península coreana. Trump e Xi têm “uma relação muito próxima” que poderá contribuir para “uma resolução pacífica do problema da Coreia do Norte”, enfatizou a Casa Branca.

Macron também pede que sejam evitadas escaladas de tensões

O mesmo apelo veio da Europa. O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou “à responsabilidade de todos e a evitar qualquer escalada das tensões”, após vários dias de retórica agressiva entre Washington e Pyongyang.

Num comunicado, Macron dá conta da sua “preocupação perante o aumento da ameaça balística e nuclear proveniente da Coreia do Norte” e defende que “a comunidade internacional deve agir de modo concertado, firme e eficaz” para levar Pyongyang “a retomar a via do diálogo sem condições”.

“Juntamente com os outros membros do Conselho de Segurança”, a França pede à Coreia do Norte para “cumprir imediatamente as suas obrigações internacionais e desmantelar, de modo completo, verificável e irreversível, os seus programas nucleares e balísticos”. Macron também garante “a solidariedade da França aos aliados e parceiros” do país na região.

A tensão tem vindo a subir entre Pyongyang e Washington devido aos contínuos testes nucleares e de mísseis norte-coreanos.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que por diversas vezes admitiu a possibilidade de realizar um ataque preventivo contra o regime de Kim Jong-un, prometeu esta semana responder com “fogo e fúria jamais vistos” às ameaças da Coreia do Norte.

Pyongyang retaliou e anunciou um plano para atacar a ilha de Guam, território norte-americano no Pacífico onde se encontram estacionados caças-bombardeiros que o Pentágono envia regularmente para a península coreana.

Numa outra conversa ao telefone, desta feita, com o governador de Guam, Eddie Calvo, Donald Trump declarou que as forças norte-americanas estão “prontas” para proteger a ilha, depois de a Coreia do Norte ter ameaçado lançar um ataque com mísseis para as proximidades daquele território no Pacífico, que acolhe importantes bases norte-americanas.