Por volta das 16h50 desta quinta-feira, hora espanhola, uma carrinha abalroou várias pessoas que se encontravam em Las Ramblas, uma das artérias mais movimentadas de Barcelona, em Espanha. Morreram pelo menos 13 pessoas, incluindo uma portuguesa de 74 anos que tinha acabado de aterrar em Barcelona — e há mais uma portuguesa, de 20 anos, desaparecida.

Cerca de nove horas depois, decorreu uma operação policial devido a um novo “possível ataque terrorista”, em Cambrils, a 120 quilómetros a sudeste de Barcelona. Esta segunda tentativa de atropelamento massivo, com um carro, viria a ser travada, mas a operação resultou em seis feridos, um dos quais viria a morrer, e em cinco mortes: todos eles suspeitos de terrorismo, que foram abatidos pela polícia.

O ataque desta quinta-feira é o mais grave de Espanha desde o atentado terrorista de 11 de março de 2004. Só no último ano, na Europa, houve oito ataques com recurso ao atropelamento massivo: desde julho de 2016, morreram 115 pessoas em ataques terroristas em que a arma foi um carro ou um camião. Tudo começou em Nice, onde morreram 84 pessoas, tendo havido depois ataques em Berlim, Londres, Estocolmo e Paris.

Até ao momento, há várias informações confirmadas por fontes oficiais mas também muitas dúvidas. Eis o que se sabe até agora e o que ainda falta saber.

O que sabe do ataque em Las Ramblas, Barcelona

  • Eram cerca de 16h50, hora espanhola, quando uma carrinha entrou por uma das artérias principais do centro da cidade de Barcelona, La Rambla, e atropelou dezenas de pessoas naquele que foi o atentado mais grave em Espanha desde o atentado terrorista de 11 de março de 2004;
  • A furgoneta avançou pela zona de circulação de peões e andou mais de 500 metros, até chegar à zona do teatro do Liceu;
  • O condutor saiu da carrinha e fugiu pelo próprio pé, sem estar visivelmente armado e sem gritar quaisquer palavras de ordem; a polícia suspeita de Moussa Oubakir, um jovem de 17/18 anos.
  • O Estado Islâmico reivindicou o ataque. A informação foi divulgada pela agência do grupo terrorista Amap;
  • 13 pessoas morreram. Já foram identificadas quatro das 13 vitimas mortais: uma é belga e outras três alemãs — e há uma portuguesa de 74 anos entre os mortos, foi revelado esta sexta-feira pela hora de almoço. Há, também, mais uma portuguesa desaparecida, com 20 anos.
  • Mais de 100 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas, das quais 17 estão em estado muito grave;
  • quatro suspeitos de estarem relacionados com o ataque, que já foram detidos, mas as autoridades catalãs dizem que nenhum deles é o condutor da carrinha que invadiu as Ramblas. A polícia está a investigar de que forma os suspeitos detidos estão relacionados com o ataque;
  • Foi abatido um outro homem que fugiu ao controlo policial na avenida Diagonal, em Barcelona. Foi morto num tiroteio em Sant Just e estava num Ford Focus branco. Antes, tinha ferido dois polícias. Era de nacionalidade espanhola e não tinha antecedentes criminais — não teria, afinal, relações com os dois detidos em Barcelona;
  • A polícia encontrou uma segunda carrinha — um Fiat branco — que acredita estar relacionada com o ataque. A carrinha foi encontrada em Vic, município espanhol na província de Barcelona, a cerca de 70 quilómetros da capital da Catalunha;
  • Em Alcanar, Tarragona, tinha havido na quarta-feira de madrugada uma explosão num edifício que resultou na morte de uma pessoa e deixou sete feridos. Primeiro pensou-se que se tinha tratado de uma acumulação de gás, mas depois as autoridades relacionaram a explosão com tendo sido um primeiro teste ao atentado no centro de Barcelona.

O que se sabe do atentado travado em Cambrils

  • Por volta da 1h30 da manhã, a polícia de Catalunha realizou uma operação policial em Cambrils, a cerca de 120 quilómetros a sul de Barcelona, devido a um “possível ataque terrorista”. Vários tiros foram disparados;
  • Cinco suspeitos de serem os autores do novo ataque foram abatidos pela polícia (o quinto elemento estava ferido e acabou por morrer);
  • Os atacantes tinham a intenção de realizar mais um atropelamento massivo, com um carro Audi A3, no passeio marítimo da localidade turística de Tarragona;
  • Segundo fontes policiais citadas pelas agências de notícias AP e AFP, os atacantes abatidos tinham explosivos à cintura (que se vieram a provar ser falsos);
  • Apesar de o ataque ter sido travado, ficaram feridas seis pessoas, e uma delas acabou por morrer vítima de esfaqueamento.

O que falta saber

  • Não se conhece a a grande maioria das identidades das vítimas mortais e dos feridos;
  • mais de 30 nacionalidades entre os feridos e há um número alargado de desaparecidos, incluindo uma portuguesa de 20 anos.
  • Ainda não está confirmado que Moussa Oubakir tenha sido, mesmo, o condutor do veículo — e, sobretudo, as autoridades querem perceber se estava sozinho na carrinha.

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