O ex-deputado brasileiro Candido Vaccarezza, que presidiu à Câmara dos Deputados nos Governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, foi detido, esta sexta-feira, em São Paulo numa nova fase da operação Lava Jato por suspeita de corrupção.

A detenção foi ordenada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo caso de corrupção descoberto na petrolífera estatal Petrobras, investigada na operação Lava Jato, e Candido Vaccarezza foi detido e transferido para Curitiba, onde as investigações estão concentradas.

O ex-deputado, que deixou o Partido dos Trabalhadores (PT), é suspeito de receber 500 mil dólares (425 mil euros) como suborno para favorecer contratos entre a Petrobras e uma empresa estrangeira.

Em comunicado divulgado pela equipa de investigação da Operação Lava Jato, afirma-se que “as provas colhidas apontam que Cândido Vaccarezza, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados entre janeiro de 2010 e março de 2012, utilizou a influência decorrente do cargo em favor da contratação da Sargeant Marine pela Petrobras”.

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Segundo os investigadores, esta influência determinou “a celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente 180 milhões de dólares (153,1 milhões de euros)”.

Candido Vaccarezza foi citado em mensagens de alguns dos condenados na operação Lava Jato – intercetadas pela polícia – pelo código “bovino religioso” numa suposta alusão a “Vaca reza”, o seu sobrenome.

Esta sexta-feira, por ordem do juiz Sérgio Moro, duas novas fases da operação Lava Jato, denominadas “Abate” e “Sem fronteiras” estão a ser realizadas simultaneamente, para investigar irregularidades entre a Petrobras e estaleiros estrangeiros.

No total, estão a ser cumpridos 29 mandados de busca, 11 condutas coercivas (quando o acusado é detido temporariamente para prestar depoimento) e seis para prisão temporária, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos.