Carlos Gomes da Silva, presidente da Galp, e também Carlos Costa Pina, um dos administradores da petrolífera, também foram constituídos arguidos no caso das viagens ao Euro 2016, que levaram à demissão dos três secretários de Estado (Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira). A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Negócios, que cita fonte oficial da Procuradoria-Geral da República no caso do presidente da Galp (e não especifica fontes relativamente a Costa Pina).

Segundo o jornal, em causa está a “alegada prática do crime de recebimento indevido de vantagem”. Carlos Gomes da Silva (constituído arguido enquanto representante da empresa) e Carlos Costa Pina, ex-secretário de Estado do Tesouro de José Sócrates, são, assim, o sétimo e o oitavo arguido neste processo.

Três ex-secretários de Estado arguidos com termo de identidade e residência no Galpgate

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Eis a reação da empresa, via fonte oficial:

A Galp patrocina oficialmente a Seleção Nacional de Futebol desde 1999. Nesse contexto, convidou pessoas de diferentes quadrantes para assistirem a jogos da equipa portuguesa durante o Campeonato Europeu de 2016, as quais integraram, de forma aberta e transparente, as comitivas de apoio à Seleção Nacional.

Como já é do domínio público, decorrem investigações a esse respeito, tendo uma empresa do Grupo e seus representantes sido constituídos arguidos no âmbito do inquérito em curso.

As averiguações são uma oportunidade para o esclarecimento cabal dos factos, sendo no interesse de todos que tudo seja clarificado. Como sempre e desde o primeiro momento, a Galp continua e continuará a colaborar com as autoridades.

A empresa aguarda serenamente as conclusões da investigação e reafirma que o seu apoio à Seleção Nacional foi feito dentro da lei, seguindo uma prática habitual, comum e generalizada.

Na conferência sobre os resultados semestrais da Galp, no final de junho, o presidente executivo da Galp considerou que é do “interesse de todos que o esclarecimento seja feito”, a propósito do chamado Galpgate, caso que resultou do convite feito pela empresa a vários políticos para ver jogos do Euro 2016.

Nas primeiras declarações após ser conhecido o inquérito do Ministério Público que levou à demissão de três secretários de Estado, Carlos Gomes da Silva admitiu surpresa pelo desenvolvimento judicial que aconteceu um ano depois de ser conhecido o primeiro convite, ao ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade.

“A surpresa não é só minha, a surpresa é global. Vamos deixar que a investigação se desenvolva serenamente”, afirmou. O gestor reafirmou a convicção de que a empresa cumpriu a lei e “não deixou de fazer uma prática tradicional e comum a outros patrocinadores” de eventos desportivos.

Presidente da Galp admite surpresa, mas defende esclarecimento do Galpgate