A polícia da Catalunha disse este domingo que encontrou mais de 120 botijas de gás na moradia de Alcanar onde ocorreu uma explosão na quarta-feira, e que se suspeita será a base para o planeamento dos ataques em Barcelona e Cambrils. As autoridades ainda procuram um suspeito que continua em fuga, mas não têm a certeza da sua identidade porque faltam identificar os restos mortais das duas pessoas mortas na explosão de Alcanar.

Há uma pessoa em fuga, mas a polícia tem três identidades possíveis para o fugitivo. Há também a possibilidade de este já ter passado a fronteira, mas os detalhes ainda são escassos.

A polícia da Catalunha deu este domingo uma conferência de imprensa para tentar explicar o estado da investigação, mas ainda há muitas dúvidas por esclarecer.

Todos os suspeitos identificados

Para já, as autoridades estão a trabalhar com o pressuposto que há 12 pessoas que fazem parte desta célula terrorista. Essas doze pessoas já foram identificadas, sendo que cinco foram detidos e quatro foram mortos pelas autoridades.

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Abatidos em Cambrils

  • Moussa Oukabir (inicialmente considerado o principal suspeito de Barcelona)
  • Mohamed Hichamy (envolvido no aluguer dos veículos usados nos ataques)
  • Omar Hichamy (irmão de Mohamed Hichamy)
  • Said Aalla (o seu cartão de crédito foi encontrado na carrinha abandonada em Cambrils)
  • Houssaine Abouyaaqoub (irmão de Younes Abouyaaqoub)

Detidos

  • Driss Oukabir (entregou-se às autoridades denunciando que o seu irmão, Moussa, lhe roubou a documentação)
  • Mohammed Aalla (entregou-se às autoridades e é dono do Audi A3 usado em Cambrils)
  • Mohamed Houli Chemlal (detido em Alcanar por possível manipulação de explosivos)
  • Salh El Karib (ligado à mesquita de Ripoll)

Em fuga/desaparecidos

  • Youssef Aalla (viajou para Zurique no ano passado com Mohamed Hichamy, um dos abatidos em Cambrils)
  • Abdelbaki Es Satty (imã de Ripoll, poderá ter estado em Alcanar e ser o líder da célula)
  • Younes Abouyaaqoub (considerado o presumível condutor da carrinha usada no ataque em Barcelona)

Um suspeito em fuga, três identidades

A grande dúvida, segundo o chefe da polícia da Catalunha, é a identidade do fugitivo. Tudo remonta à explosão que aconteceu numa moradia em Alcanar, na quarta-feira, e que terá levado a que os atacantes precipitassem o ataque.

O local alegadamente terá servido de base aos terroristas para planearem os ataques, que envolveriam explosivos e ataques a locais emblemáticos da cidade, como a Basílica da Sagrada Família em Barcelona. No entanto, os alvos ainda não foram confirmados.

Inicialmente, a polícia encontrou um corpo no interior da residência mas, durante as investigações ao local, as autoridades encontraram os restos mortais de uma segunda pessoa.

A polícia ainda não conseguiu identificar os restos mortais encontrados na residência e, por essa razão, não sabe quais dos três nomes correspondem aos mortos e ao fugitivo.

Nesse sentido, a polícia mantém que existe apenas uma pessoa em fuga, mas como não sabe ao certo a sua identidade, procura por três nomes: Youssef Aalla, Abdelbaki Es Satty e Younes Abouyaaqoub.

Na mesma conferência de imprensa, o responsável da polícia catalã admitiu a possibilidade de este fugitivo já ter fugido do país.

Abatidos em Cambrils planeavam ataques com facas

De acordo com as autoridades, os cinco atacantes detidos numa operação policial em Cambrils estavam armados com várias facas.

A polícia confirma apenas que no interior do veículo foram encontradas estas armas brancas e não quais os planos dos terroristas. Alguns deles terão, depois de terem sido interrogados, dado informações sobre os ataques, mas a polícia da Catalunha diz que não pode divulgar os detalhes nesta altura da investigação.

Segundo o El País, os atacantes planeavam atacar a população com estas facas, à semelhança do que aconteceu na Finlândia e na Rússia nos últimos três dias.

O carro onde viajavam, um Audi A3, acabou por embater contra uma barreira policial e os atacantes foram detidos.

Ataque maior em preparação

Era um dos cenários mais contemplados e os elementos recolhidos pela polícia da Catalunha na residência que explodiu em Alcanar parece confirmá-lo. De acordo com o chefe da polícia catalã, nessa moradia foram encontradas mais de 120 botijas de gás.

A moradia deverá ter explodido acidentalmente, matando os ocupantes, que ainda estão por identificar.

Os alvos do ataque do que alegadamente seriam os planos iniciais dos terroristas ainda não conhecidos, apesar de a imprensa espanhola já ter avançado com a hipótese de dois deles serem a Basílica da Sagrada Família, um local com uma grande afluência turística e um emblema da cidade de Barcelona, e a avenida das Ramblas, onde um homem avançou com uma carrinha a grande velocidade e provocou a morte a pelo menos treze pessoas.

Quatorze mortos e treze pessoas em estado crítico

O balanço mais recente dá conta de 14 pessoas mortas nos ataques, entre as quais duas portuguesas que eram avó e neta. Nos hospitais de Barcelona e Tarragona continuam 53 a serem tratadas, sendo que destas, 13 estão em estado crítico e outras 22 em estado grave. 79 pessoas que haviam sido hospitalizadas já tiveram alta.

No total, as autoridades da Catalunha contabilizam 14 pessoas mortas e outras 122 feridas.