As universidades públicas e privadas angolanas vão suspender as atividades académicas durante toda a próxima semana, devido à realização das eleições gerais, agendadas para quarta-feira, 23 de agosto.

A decisão foi tomada pelo Ministério do Ensino Superior, conforme comunicado enviado a todas as instituições de ensino superior do país, ao qual a Lusa teve hoje acesso, orientando uma pausa académica extraordinária entre 21 e 25 de agosto, por estar “prevista a participação de docentes, discentes e funcionários administrativo” no processo eleitoral.

A decisão, confirmada pelo ministro António Miguel André, refere que está igualmente prevista a “ocupação de algumas estruturas pertencentes às instituições de ensino superior no referido escrutínio”.

Mais de 240 mil alunos frequentam o ensino superior nas universidades públicas e privadas que cobrem praticamente a totalidade das 18 províncias do país.

Instalações de várias universidades, tal como as escolas, serão utilizadas na quarta-feira como assembleias de voto, por orientação da Comissão Nacional Eleitoral.

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

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A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.