A missão de observadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) às eleições gerais angolanas de 23 de agosto recebeu esta segunda-feira alguns esclarecimentos da Comissão Nacional Eleitoral sobre preocupações levantadas por partidos concorrentes ao escrutínio.

A informação foi avançada esta segunda-feira à imprensa pelo chefe da missão de observação da CPLP, Miguel Trovoada, no final do encontro mantido com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto.

O ex-Presidente de São Tomé e Príncipe considerou extremamente importante o encontro, após contactos com algumas forças políticas concorrentes, nomeadamente o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). Segundo Miguel Trovoada, as preocupações foram devidamente esclarecidas pelo presidente da CNE.

Por isso foi bastante útil, e saímos daqui já melhor informados e depois continuaremos a nossa ação, a nossa missão de observação, esperando que continuaremos a ter subsídios de uns e de outros para ter uma ideia global do processo eleitoral”, disse.

Miguel Trovoada referiu que algumas das preocupações que viram esclarecidas são denúncias públicas feitas por alguns partidos políticos concorrentes, preferindo não as citar.

No sábado, quatro partidos políticos da oposição concorrentes às eleições gerais, União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Partido de Renovação Social (PRS), CASA-CE e FNLA instaram a CNE a resolver nos dias que antecedem ao escrutínio algumas questões, que consideram ameaçar a transparência do processo eleitoral. O chefe da missão de observadores da CPLP disse que as impressões sobre o processo eleitoral, “são as melhores, apesar do pouco tempo que se encontram no país.

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Mas podemos observar que o clima é bastante tranquilo, de paz e estabilidade. O debate de ideias, embora indireto, tem-se feito de forma bastante pacífica, sem grande agressividade e alguns picos de alguma acutilância, parece-me ser até salutar, para que possa manifestar a maneira e a convicção de cada um, na defesa das suas posições”, disse.

De acordo com Miguel Trovoada, a CPLP tem pouco mais de 15 observadores, por razão orçamental, por isso limitou a sua observação à província de Luanda, cobrindo todos os municípios. “Mas penso que o importante é que a CPLP esteja cá para manifestar a sua solidariedade, o seu apoio e a sua presença dentro do Estado-membro da organização membro fundador da CPLP”, referiu.

Esperamos que Angola, que já tem experiência de outras eleições, e que de eleições em eleições vão aprimorando todo o mecanismo, possa dar mais uma vez exemplo a África e ao mundo da sua maturidade em matéria de aprofundamento e desenvolvimento do processo eleitoral“, acrescentou.