O próximo presidente de Angola, que sairá das eleições da próxima quarta-feira, tem nas mãos a decisão sobre a posição acionista que a Sonangol deverá assumir no BCP. Uma decisão que terá de ser tomada nos próximos quatro meses, ao fim dos quais termina o prazo concedido pelo Banco Central Europeu (BCE) para a petrolífera angolana aumentar a sua participação no banco português acima de 20%, avança o Jornal de Negócios na sua edição de hoje.

A Sonangol tinha pedido autorização ao BCE para reforçar sua posição no BCP para cerca de 30% quando a Fosun entrou no capital do banco. O grupo chinês – que controla 23,92% do banco – fechou entretanto um acordo para assumir até 30%, exigindo como contrapartida o aumento do limite de votos de 20% para 30%. A petrolífera angolana (que já reforçara para 15,24%) também quis acompanhar o reforço de posição no prazo de dois anos, daí o pedido ao supervisor bancário europeu.

O BCE não se opôs à intenção da atingir ou superar “o limiar de 20% do capital e direitos de voto do banco, devendo assegurar que o faz até Dezembro de 2017”, como adianta o prospecto do aumento de capital que o BCP concluiu em Fevereiro. É agora esse o prazo de que dispõe Angola para decidir o que vai fazer com a participação da petrolífera estatal no banco português.

Esse tema, contudo, parece não ser prioritário na agenda da empresa liderada por Isabel dos Santos, a filha do atual presidente de Angola, que foi mãe há pouco mais de uma semana. De acordo com o Negócios, que cita fontes angolanas, “nesta fase não é assunto. Ainda há tempo para tomar uma decisão”. Se entretanto decidir avançar com a operação, isso implicará um investimento na ordem dos 165 milhões de euros para a Sonangol. A decisão final, contudo, terá sempre de contar com o aval do Estado angolano e do seu novo presidente que, de acordo com as sondagens, deverá ser João Lourenço, candidato do MPLA e atual vice-presidente.

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