O cinto de segurança pode infligir algum dano a uma grávida? Recomenda-se conduzir ou é contra-indicado? A pensar nas mulheres que carregam dentro de si uma nova vida e que se vêem assaltadas por este tipo de dúvidas, sobretudo quando têm pela frente muitos quilómetros de estrada no regresso a casa, após o período de férias, a Seat decidiu dar o seu contributo, para esclarecer matérias relacionadas com a segurança automóvel. E fá-lo sob a forma de nove recomendações, sublinhando que se dirigem às mulheres a quem o respectivo médico não desaconselha que assumam o volante. Porém, para fazê-lo, garantindo a segurança de mãe e bebé, há que adoptar comportamentos específicos ao longo destes nove meses.

Cinto de segurança? Sempre!

“Na zona ventral, deve-se colocar o cinto de segurança o mais baixo possível, a fim de reter a mãe pela pélvis e, assim, evitar exercer força sobre o feto. A banda diagonal deve descrever uma linha entre a clavícula (onde se apoia) e o abdómen, passando entre os seios”, explica o responsável pelo departamento de Desenvolvimento da Segurança no Veículo da Seat, Javier Luzón.

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Para ter uma ideia, de acordo com os últimos estudos, metade das possíveis lesões fetais em caso de acidente poderiam evitar-se, colocando adequadamente o cinto de segurança. Sem este dispositivo, alerta por seu turno Emmanuel de Sostoa, ginecologista no novo Centro de Saúde e Reabilitação da Seat, localizado em Martorell, o impacto directo no volante “pode ocasionar graves riscos, nomeadamente o despreendimento da placenta ou a ruptura uterina”.

Volante a 25 centímetros

Aumentar a distância entre o banco da condutora grávida e o volante contribui para evitar eventuais lesões em caso de embate, designadamente minimizando o impacto entre a zona inferior do volante e a barriga da mulher.

Airbag sempre ligado

Seja a conduzir, seja como passageira, os especialistas recomendam que a grávida se certifique que segue viagem com o airbag activo.

Mês a mês, há que adaptar a posição do banco

Conduzir no primeiro trimestre de gestação não tem nada a ver com fazê-lo no último, por exemplo. Daí que, à medida que vai passando o tempo e a barriga vai crescendo, seja conveniente ir regulando a posição do assento, tendo presente que as costas do banco devem estar o mais direitas possível, como que descrevendo um ângulo recto.

Acessórios para maximizar o conforto

Sobretudo num estado avançado da gravidez, algumas mulheres optam por usar um cinto de suporte da barriga. Embora não obrigatório, este complemento pode tornar mais confortáveis as viagens.

Essenciais também

Roupa cómoda e sapatos rasos são o dress code recomendado para qualquer grávida que opte por assumir o volante. Não só por proporcionarem uma maior liberdade de movimentos, como garante de que os imprevistos são minimizados. Afinal, uns saltos altos podem resultar numa melhor imagem, mas nem sempre são amigos da condução segura.

Manter a distância de segurança

Relaxe! Nada de andar “colada” ao carro da frente. Sobretudo na altura da gestação, é aconselhável aumentar a distância de segurança em relação ao veículo que nos precede, para minimizar a ocorrência de manobras bruscas ou sacudidelas. Mas também não facilite em demasia, deixando uma distância anormalmente grande, pois isso é um convite a que outros veículos se coloquem à sua frente, provocando as tais travagens súbitas que tenta evitar.

Paragens frequentes

As deslocações longas são de evitar mas, quando não há alternativa, convém “ouvir” o organismo. Está familiarizada com aquela fome insaciável e a vontade constante de ir à casa de banho? Isso significa que as paragens frequentes não só são recomendadas, como constituem uma excelente oportunidade para andar e, assim, activar a circulação.

Deixar de conduzir, quando?

Não há uma altura específica para largar o volante, no caso de uma gravidez saudável. O ginecologista Emmanuel de Sostoa considera que o que deve prevalecer nesta decisão é o “senso comum”, ou seja, a grávida deve deixar de conduzir quando deixar de se sentir confortável ao fazê-lo. Daí que seja relativamente comum que as mulheres deixem de guiar no último mês da gravidez.