Há dois meses que as equipas de combate aos fogos em território português contam com a intervenção de centenas de militares e veículos espanhóis. No total, conta o Público na sua edição de hoje, Espanha disponibilizou 551 militares e 128 veículos da sua Unidade Militar de Emergência (UME) para reforçar as equipas portugueses desde o passado dia 19 de junho, exatamente dois dias após o início do grande incêndio que devastou a região de Pedrógão Grande e concelhos vizinhos.

Só os meios aéreos espanhóis, revela o jornal La Vanguardia que cita dados oficiais divulgados pela agência Europa Press, fizeram 525 horas de voo e 1.814 descargas de água ao longo das ações conduzidas nesses dois meses, estando atualmente 20 aeronaves do país vizinho a operar em Portugal.

Em concreto, especificam as Forças Armadas do país vizinho na sua página de internet, os operacionais espanhóis envolvidos (que não incluem bombeiros ou outras unidades de proteção civil, apenas Forças Armadas) intervieram em Pedrogão Grande (entre 18 e 24 de junho), na Guarda (entre 18 e 20 de junho) e em Mação e Nisa (entre 25 e 29 de junho), estando ainda envolvidos na operação em Vila do Rei desde 13 de Agosto.

Estes números dizem apenas respeito à participação desta unidade das Forças Armadas espanholas, não incluindo outras ajudas de Espanha, nomeadamente de bombeiros, ou membros de unidades de protecção civil. Recorde-se que alguns deputados da Comissão Parlamentar de Defesa, de acordo com uma notícia avançada pelo Expresso no último fim-de-semana, estranharam a presença de veículos militares espanhóis no incêndio de Pedrógão Grande, logo em junho, e levantaram dúvidas sobre a sua legitimidade. Disseram ainda que foi evidente a surpresa e desagrado de elementos militares portugueses com esta participação.

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