Donald Trump afirmou esta terça-feira que vai até onde for preciso para conseguir o financiamento que precisa do Congresso para construir um muro na fronteira com o México, uma das suas maiores promessas durante a campanha eleitoral, até deixar o país sem orçamento e o governo paralisado.

Foi uma das suas grandes promessas, e uma das mais polémicas. Donald Trump prometeu durante a campanha construir um muro na fronteira com o México para combater a imigração ilegal – que diz ser maioritariamente de criminosos – e prometeu também que o México ia pagar pelo muro.

No entanto, o México, como era esperado, recusa-se a pagar pelo muro, ou até só não dizer publicamente que não seriam eles que pagariam – uma conversa com o presidente mexicano que acabou por ser conhecida publicamente – e o Congresso norte-americano também não mostrou maior entusiasmo.

Donald Trump foi a Phoenix, no Arizona, um dos locais mais conservadores no que diz respeito à imigração, garantir que fará o que for preciso para construir o muro, nem que para isso tenha de parar o governo.

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Com as negociações do orçamento federal a começarem em breve, e com o limite da dívida pública que os Estados Unidos podem contrair a ficar cada vez mais perto, Donald Trump pode levar esta ameaça à letra.

Se o limite da dívida não for aumentando por acordo no Congresso e com a assinatura do Presidente, entram em funcionamento cortes automáticos que suspendem parte das funções normais do governo federal, que incluem o fecho de serviços e a suspensão de alguns contratos de trabalho.

Num discurso de mais de 80 minutos feito num comício em Phoenix, Donald Trump acusou ainda a imprensa de distorcer as suas palavras “perfeitas” na sequência do ataque de um extremista norte-americano em Charlottesville, já considerado terrorismo pelas autoridades, e de dar palco a estes grupos de extrema direita.

Donald Trump insinuou ainda que pode vir a perdoar o controverso ex-xerife de Phoenix, Joe Arpaio, condenado por violar uma ordem dada pelo tribunal que o obrigava a parar de deter imigrantes que não fossem suspeitos de cometer um crime contra o Estado do Arizona.