A Mazda está a fervilhar. Pelo menos, essa é a ideia que o fabricante automóvel japonês transmite: depois de ter dado a conhecer, há pouco mais de uma semana, uma nova família de motores equipada com uma inovadora tecnologia de ignição por compressão, a marca de Hiroshima volta à carga com um novo motor de combustão, que integra não apenas dois turbocompressores convencionais, accionados pelos gases de escape, mas também um compressor volumétrico, movido a electricidade.

A ideia não é totalmente nova – a sueca Volvo chegou a desenvolver, há alguns anos, um projecto similar, que depois nunca avançou –, mas a verdade é que é a Mazda a primeira a avançar com um pedido de registo da patente, dando sinais de poder passar da tecnologia à comercialização.

A nova solução de propulsão é tão simples quanto brilhante, com o compressor eléctrico a assumir a responsabilidade nas baixas rotações e a procurar obviar o chamado turbo lag – o período que medeia entre o pressionar do aceleração e a subida de regime do motor –, ao mesmo tempo que os turbos se destinam a melhorar a eficiência do bloco e a garantir maior potência, nas rotações mais altas. Para refrigerar todo este ar comprimido, surge (como não podia deixar de ser) um intercooler, introduzido para arrefecer o ar vindo quer do compressor eléctrico, quer dos turbocompressores.

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Face às dimensões que é possível prever para este novo propulsor – sobretudo devido ao tipo da caixa de velocidades utilizada, como se vê no desenho –, o mais certo é que se venha a destinar a um modelo de tracção traseira, maior do que o MX-5. Possivelmente, o sucessor do RX-8, ainda que sem motor rotativo Wankel.

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Mas será que a nova tecnologia da Mazda vai mesmo avançar? Bem, isso depende. Como tudo indica que esta solução mista agora revelada turbocompressor convencional/compressor volumétrico eléctrico visa acima de tudo evitar o turbo lag, ficamos com a ideia que a marca nipónica, mais cedo ou mais tarde, irá reformular esta proposta, recorrendo em vez dela a turbocompressores que, a baixa rotação ou na fase de aceleração, utilizam um motor eléctrico a 48 V para subir de regime instantaneamente, evitando o tal atraso na resposta do turbocompressores convencionais.

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Rumores apontam ainda para que a Mazda apresente, já no próximo Salão de Tóquio, em Outubro, um outro coupé, equipado com um novo motor Wankel, a debitar qualquer coisa como 400 cv. Denominado, à partida, de RX-9, esta proposta só deverá chegar ao mercado no final do próximo ano, com uma estética, ao que tudo indica, fortemente inspirada no protótipo RX Vision, dado a conhecer em 2015.