As monjas no Mosteiro tibetano de Hemis fazem muito mais que rezar. Às 5h da manhã já estão a pé e prontas para começar os treinos de kung fu naquele espaço budista. E fazem-no com um objetivo muito bem definido: ajudar as mulheres a defenderem-se contra assaltos e agressões sexuais.

O grupo está a utilizar as suas habilidades nas artes marciais para ensinar práticas de autodefesa e a desafiar as desigualdades de género. O cantos e orações são acompanhados de pontapés e movimentos ágeis, há sessões de meditação e, nos intervalos, aulas sobre a igualdade de género.

A maioria das pessoas pensa que as freiras apenas se sentam e rezam, mas nós fazemos muito mais que isso”, conta Jigme Wangchuk Lhamo, instrutora de 19 anos, à Reuters. “Nós costumamos conversar. Se agirmos as pessoas pensam: “Se as monjas podem,p orque não podemos nós?”

A jovem faz parte do grupo de 700 monjas que pertencem à linhagem Drukpa: a única ordem no sistema onde as monjas tem um estatuto equivalente ao dos monges. Era esperado que as monjas cozinhem, limpem e não estejam permitidas a fazer exercício, mas há cerca de uma década que tudo mudou.

São particularmente ativas na Índia – onde, em 2015, foram reportadas cerca de 34 mil violações – e no Nepal, onde investem as suas habilidades no desenvolvimento comunitário.

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