O porta-voz do PS defendeu que o crescimento “acima da média da zona euro” divulgado esta quinta-feira dá “excelentes perspetivas para o conjunto do ano”, avançando que “qualquer crescimento acima de 2,5%” é robusto e deixaria os socialistas satisfeitos.

“Qualquer crescimento acima de 2,5% não só já é muito acima das previsões do Orçamento, como já é um crescimento robusto e que nos deixaria satisfeitos”, defendeu João Galamba aos jornalistas, confrontado com o crescimento de 3,2% que o Presidente da República disse em maio ser possível.

João Galamba, que falava a propósito da revisão em alta do crescimento do PIB para 2,9% divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística, sustentou que estão já em causa “crescimentos bastante elevados”, que têm de ser colocados “no contexto da economia portuguesa”.

Nós não assistimos há 17 anos a um crescimento tão alto, isso já é um resultado muito importante. Obviamente, a política deste Governo tem sido uma das bases deste crescimento, ela deve ser aprofundada, e vai ser aprofundada, portanto, perspetivamos daqui para a frente a continuação de crescimentos homólogos elevados”, declarou.

“Se serão ou não aqueles que o senhor Presidente da República previu ou desejou há meses, isso não sei”, acrescentou. Galamba salientou não só a “taxa de crescimento elevada, próxima dos 3%”, como o equilíbrio “em todas as suas componentes”.

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Temos um forte contributo da procura interna, em que destacaria a solidez do aumento do consumo – a que não é alheio o aumento do emprego e a política de reforço dos rendimentos deste Governo e desta maioria -, e, sobretudo, o investimento”, defendeu.

Salientando que “o PIB nominal teve uma fortíssima aceleração do primeiro para o segundo trimestre”, considerou que esta aceleração permite “perspetivar um excelente resultado quer no défice no final do ano quer na dívida, que se perspetiva que desça este ano pela primeira vez em muitos anos”.

Confrontado com a reação do PSD aos mesmos dados do INE, que atribuiu à conjuntura internacional favorável e às reformas do anterior Governo, João Galamba disse que as análises do PSD são “cada vez mais difíceis de acompanhar”.

Num dia voltou a austeridade, noutro damos tudo a todos e o Governo é despesista, noutro dia o crescimento é conjuntural e deve-se à conjuntura europeia, noutro é estrutural e deve-se às reformas estruturais do passado”, disse.

A economia portuguesa cresceu 2,9% no segundo trimestre deste ano em termos homólogos e 0,3% face ao trimestre anterior, de acordo com os números divulgados esta quinta-feira no INE. Nas contas nacionais trimestrais relativas ao segundo trimestre deste ano, o INE reviu em alta o cálculo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia portuguesa face à estimativa rápida que tinha divulgado em 14 de agosto.

Nessa altura, o INE tinha estimado provisoriamente um crescimento de 2,8% entre abril e julho em relação ao mesmo trimestre de 2016 e de 0,2% em relação ao primeiro trimestre deste ano.