O CDS-PP mostrou-se esta sexta-feira preocupado com o novo aumento da dívida pública, divulgado esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), criticando que o Governo não aproveite a oportunidade para a reduzir.

O BdP divulgou esta sexta-feira que a dívida pública na ótica de Maastricht até julho voltou a aumentar, para 249.165 milhões de euros, quando até junho representava 249.084 milhões de euros (ou 132,4% do PIB, também acima dos 130,5% verificados até março, os valores mais recentes do rácio da dívida pública face ao PIB).

Estes são dados preocupantes porque já temos dados correspondentes a meio ano de 2017 e a tendência deveria ser de diminuição, mas tanto em termos absolutos como em percentagem do PIB a dívida pública tem continuado infelizmente a aumentar”, disse à agência Lusa a deputada do CDS-PP Cecília Meireles.

A deputada centrista lamentou que o Governo não esteja a aproveitar a oportunidade de, pelo menos, começar a resolver o problema da dívida pública: “Os juros historicamente baixos não ficarão assim por muito tempo, por isso é importante que o Governo faça alguma coisa para reduzir a dívida”, defendeu.

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Temos que perceber que a dívida pública não é só um dado. Representa muita despesa que o Estado faz e que podia estar a ser canalizado para outras coisas que não os juros”, afirmou Cecília Meireles.

Segundo explicou esta sexta-feira o banco central, o aumento verificado até julho “esta variação reflete um aumento de Certificados do Tesouro e outros depósitos junto das administrações públicas em 600 milhões de euros e emissões líquidas negativas de títulos no mesmo montante”.

Adicionalmente, refere, registou-se em julho um acréscimo de empréstimos no montante 100 milhões de euros, resultante do aumento de empréstimos junto de bancos residentes, com destaque para o acordo assinado entre o Estado e o Banco Santander Totta respeitante aos contratos de derivados com empresas públicas de transportes, no montante de 2,3 mil milhões de euros.

Em sentido contrário, o BdP destaca o reembolso de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), no montante de 1,8 mil milhões de euros. Os ativos em depósitos da administração central, por sua vez, diminuíram 800 milhões de euros.

A dívida pública líquida de depósitos da administração central registou, assim, um acréscimo de 900 milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 230,3 mil milhões de euros até julho.