A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou este sábado que as condições de vida das populações são o que “mede verdadeiramente” a situação económica do país, apesar das “boas notícias” avançadas na sexta-feira pela agência de notação financeira Moody’s.

“As agências de ‘rating’ vêm reconhecer uma melhoria da economia e tudo aquilo que possa aliviar a pressão sobre a dívida pública portuguesa são boas notícias”, disse a líder do Bloco, à margem de uma ação de pré-campanha no Mercado de Benfica, em Lisboa.

No entanto, Catarina Martins realçou que “as agências de ‘rating’ já avaliaram vezes demais, mal demais e fizeram sempre chantagem”.

“Portanto, o que mede verdadeiramente as melhorias na economia portuguesa, muito mais do que agências de ‘rating’, que erram muito mais vezes do que acertam, é seguramente as condições concretas da vida das populações”, considerou.

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Entre estas condições, destacou a recuperação de salários e de pensões e a recuperação dos serviços públicos, como a saúde e a educação.

“É por aí que se mede a recuperação da economia”, sublinhou.

A Moody’s anunciou na sexta-feira que mudou a sua perspetiva sobre a dívida pública portuguesa de estável para positiva, mantendo, por outro lado, o seu ‘rating’ em Ba1 (nível especulativo, vulgarmente chamado de ‘lixo’).

Para justificar a sua decisão, a agência de notação financeira mencionou três argumentos.

O primeiro foi a “resiliência acrescida” do crescimento da economia em Portugal, perante a recuperação do investimento.

A “contínua melhoria orçamental”, que apoia a expectativa da Moody’s quanto à manutenção da consolidação orçamental, foi o segundo.

Por fim, a redução dos riscos para o financiamento governamental foi o outro argumento usado pela agência, que justificou com a “melhoria” da estrutura da dívida pública e a “apreciável” ‘almofada’ de liquidez.

Já a manutenção do ‘rating’ em Ba1, que ainda significa um ‘grau especulativo’, por contraposição ao ‘grau de investimento’, foi justificada pela dívida pública, “uma das mais elevadas da União Europeia”, e do setor privado, bem como pelas “fraquezas do setor bancário”.