O presidente do PSD recomendou neste sábado ao Governo que “não se distraia” na discussão do novo quadro financeiro plurianual em Bruxelas e que reforce as verbas necessárias para que o Portugal 2020 termine com “uma execução mais forte”.

“É muito importante que o Governo não se distraia em matéria de discussão do novo quadro financeiro plurianual que vai ocorrer muito brevemente em Bruxelas. Estou convencido que logo no início do próximo ano essa negociação irá avançar muito rapidamente e é muito importante que o Governo esteja preparado para fazer essa negociação”, afirmou Pedro Passos Coelho em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à AgroSemana — Feira Agrícola do Norte, que decorre desde quinta-feira até domingo na Póvoa de Varzim.

Segundo salientou, a discussão do “futuro pós 2020” deverá ser feita “não apenas conversando com a oposição, mas sobretudo com as associações do setor”, cabendo “ao Governo lançar o debate e poder preparar o que vai ser o futuro a seguir a 2020”.

Além deste debate, o líder do PSD alertou ser também “muito importante” que o quadro financeiro ainda em vigor – o Portugal 2020 – “possa ter uma execução mais forte do que aquela que teve até agora”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O PSD tem chamado a atenção para isso: É fundamental que o Governo possa reforçar, como o Governo anterior fez, os meios financeiros que permitam uma plena utilização dos programas e dos financiamentos comunitários, para que o investimento na área da agricultura possa realmente ser concretizado. Há hoje muitos projetos que já foram aprovados que simplesmente ficaram a aguardar, porque o Governo não fez o reforço que devia ter feito do financiamento para que eles pudessem avançar. Era muito importante que o Governo recuperasse tempo perdido”, sustentou.

Lembrando que até este ano “o Governo se serviu das políticas de investimento público para garantir a execução do défice, e portanto não gastou”, Passos Coelho ironizou que “uma vez que a situação aparentemente está mais normalizada e existe mais folga orçamental (tanta que pelos vistos até vai ser possível fazer um novo desagravamento fiscal em sede de IRS), era importante que as políticas necessárias ao aproveitamento pleno dos fundos europeus pudessem estar em prática”.

“Lanço esse repto ao Governo: Que possa recuperar o tempo perdido e permitir aos produtores e aos investidores na área agrícola tirarem pleno partido daquilo que foram as ajudas que foram negociadas pelo Governo anterior e que são muito importantes para o desenvolvimento deste setor”, afirmou.