O PSD criticou os cortes na Proteção Civil e no investimento até julho, conhecidos esta segunda-feira num relatório da UTAO, mostrando-se preocupado com a “repetição de más escolhas” e questionando se o Governo também vai desmentir aquela unidade técnica.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que o défice em contabilidade nacional tenha ficado em 2,5% do PIB no primeiro semestre, melhor do que no período homólogo, mas acima da meta do Governo de 1,5% para o conjunto do ano, segundo uma nota a que a agência Lusa teve acesso.

Numa reação à agência Lusa, o deputado do PSD António Leitão Amaro optou por destacar outros dados divulgados pela UTAO: um corte na aquisição de bens e serviços no programa de Segurança Interna (onde se insere a proteção civil) e uma quebra no investimento da Administração Central.

“Não está em causa questionar o cumprimento das metas orçamentais; isso é bom que aconteça”, afirmou Leitão Amaro, considerando que a nota da UTAO “deixa dois factos que fazem recear uma repetição de más escolhas como no passado”, de “sacrificar os serviços públicos”.

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Na nota de execução orçamental em contabilidade pública de julho de 2017, os técnicos que apoiam os deputados da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa salientam que houve uma redução de seis milhões de euros (-5,9%), de 105 milhões para 99 milhões de euros, na aquisição de bens e serviços no programa de Segurança Interna entre janeiro e julho, onde se inclui a proteção civil.

Apontam também que, no caso da Administração Central há uma diminuição de 95 milhões de euros em investimento (-7,4%) nos primeiros sete meses do ano, de 1.279 milhões de euros no mesmo período do ano passado.

Criticando o corte nas duas áreas, o deputado social-democrata questionou se o primeiro-ministro também vai desmentir a UTAO: “Também vai tratar a UTAO de forma pouco respeitadora, tal como fez nos últimos dias, com todos aqueles que apresentam factos que o Governo acham menos abonatórios?”.