O flirt de Donald Trump durante toda a campanha eleitoral, não foi suficiente para convencer Vladimir Putin. Numa conferência de imprensa a partir de Xiamen, na China, onde está a participar no último dia da Conferência dos BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul — o Presidente da Rússia partiu o coração ao seu homólogo norte-americano: “Trump não é a minha noiva e eu não sou o seu noivo”, disse aos repórteres quando um deles lhe perguntou se estava frustrado com as recentes atitudes dos Estados Unidos em aprovar sanções a empresas russas, mandar fechar o consulado em São Francisco e deportar vários oficiais suspeitos de estarem a reunir informações contra os Estados Unidos.

Durante a campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos , Donald Trump elogiou o Presidente russo, comparando-o favoravelmente a Barack Obama, pedindo diálogo com os russos e recusando-se a condenar seriamente a anexação da Crimeia. A lua de mel tremeu ligeiramente quando começaram as suspeitas de que espiões russos pudessem ter interferido nas eleições norte-americanas, publicando, entre outra coisas, informação danosa sobre Hillary Clinton. As suspeitas entretanto tornaram-se uma realidade, com a confirmação por parte dos serviços secretos norte-americanos de que a Rússia tinha mesmo puxado cordelinhos digitais por Donald Trump.

A isto, somaram-se suspeitas de que pessoas muito próximas de Trump, incluindo o seu filho, possam ter estado em contacto com os russos durante a campanha.

Questionado sobre se Trump devia ser afastado da presidência, Putin disse que seria “absolutamente errado” a Rússia estar a discutir política interna norte-americana. O Presidente da Rússia disse ainda que se reservava o direito de expulsar pessoal diplomático norte-americano mas ainda não estava a pensar nisso “para já”.

A Coreia do Norte também esteve em destaque durante a conferência dos BRICS e Putin avisou que uma guerra seria “uma catástrofe planetária” e que representaria uma “enorme perda de vidas humanas”. E alinhou com o que os seus representantes na diplomacia mundial já tinham vindo a dizer aos jornalistas: “Uma escalada mundial histérica nestas condições é uma coisa sem sentido, não nos levaria a lugar algum. Não há forma de resolver a crise nuclear da Coreia do Norte sem ser através do diálogo”.

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