O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, defendeu hoje maior investimento na Guarda Costeira e na marinha do seu país para defender a “extensa zona económica exclusiva”, que considera “motivo de cobiça cada vez maior”.

“A situação geoestratégica do nosso país e a existência de uma zona económica rica em recursos diversos é motivo de uma cobiça cada vez maior”, disse o chefe de Estado.

“Dai que, além das habituais ameaças, as nossas forças armadas, particularmente o ramo da marinha e a guarda costeira deverão estar à altura de garantir a todo o instante a defesa destes recursos”, acrescentou.

Evaristo Carvalho falava durante a celebração do 42.º aniversário da institucionalização das Forças Armadas são-tomenses (FA) e não escondeu a sua preocupação com o terrorismo internacional que considera uma ameaça contra a qual é preciso estar “devidamente prevenidos”.

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A celebração do 42.º aniversário da criação das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe foi marcada com o juramento de bandeira de 335 novos soldados, 12 dos quais mulheres.

O chefe de Estado, que é também comandante supremo das Forças Armadas, defendeu “investimentos constantes, adequados e coerentes” no Exército e no seu ramo da Guarda Costeira e da Marinha, “apostando na mobilização de recursos materiais, formação de homens e mulheres para a defesa e proteção da soberania e integridade territorial”.

“Não tenhamos dúvidas e ilusões, a nossa sobrevivência como Estado independente, próspero, livre e democrático, dependerá fundamentalmente daquilo que for feito com este propósito”, referiu Evaristo Carvalho, apelando para a necessidade de repensar “com a máxima ponderação” o papel das forças armadas e tentar adequá-las “aos novos desafios”.

Evaristo Carvalho considerou que as forças armadas devem “partilhar meios operativos e de informações, laços de amizade e de cooperação” com os países da sub-região da África Central, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e com “novos parceiros que os interesses do país vão designando”.

O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, considerou, por seu lado, as forças armadas são-tomenses como “um símbolo de unidade e de patriotismo”, sublinhando que “o ramo da Guarda Costeira deve merecer toda a atenção”.

“Somos uma ilha e face às ameaças devemos desenvolver a capacidade nesse domínio”, afirmou Patrice Trovoada, sublinhando que “o Exército também não está abandonado”.

O chefe do Governo defendeu que as Forças Armadas devem “envolver-se mais na sociedade e participar também no desenvolvimento”.

“São mais de 1.500 homens, representa um esforço financeiro num mundo em que toda a gente sabe, exige restrições por isso tem que haver também maior contributo e envolvimento das Forças Armadas no desenvolvimento do país”, defendeu Patrice Trovoada.