Donald Trump, autor de A arte do negócio, apresenta-se como um implacável negociador, mas aceitou sem resistência visível uma proposta do partido democrata para aumentar o teto da dívida — com a justificação de se ajudar as vítimas do furacão, o problema geral do limite máximo da dívida foi adiado para o final do ano. Tendo em conta que a questão do teto da dívida está a causar um debate intenso no Congresso, o rápido acordo com os democratas foi mal recebido pelos congressistas republicanos e alguns dizem-se “chocados” e “visivelmente incomodados” com Trump.

A decisão de Trump não irá ajudar a melhorar a relação entre Trump e destacados republicanos como Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, e Paul Ryan, que tem o mesmo cargo mas na Câmara dos Representantes. É a CNN que escreve que há congressistas “chocados”, ao que o The Washington Post acrescenta que o facto de Trump se ter alinhado com os democratas está a criar um “caos” nos planos republicanos para a disputa orçamental.

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Trump referiu ao plano democrata como o plano de “Chuck” e “Nancy” — referências a Charles Schumer e Nancy Pelosi, precisamente os democratas que ocupam os cargos equivalentes a McConnell e Ryan. O uso de diminutivos e primeiros nomes deu a entender uma intimidade entre Trump e os democratas que criou desconforto nas bancadas republicanas.

Ao aceitar este acordo, Trump foi mesmo contra o próprio secretário do Tesouro, que interrompeu enquanto Mnuchin falava sobre a importância de se chegar a um acordo de longo prazo para as questões orçamentais dos EUA. Segundo o The Washington Post, Trump não deixou Mnuchin continuar a falar, durante uma reunião sobre o tema, e ficou claro que Trump queria chegar a um acordo.

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