A Polícia Judiciária deteve um médico e três delegados de informação médica, com 38, 42 e 50 anos, por dois crimes de corrupção ativa e passiva, falsificação de documento e burla qualificada, num esquema que durava há pelo menos um ano e meio e que terá causado prejuízos ao Estado na ordem de “vários milhares de euros”, avança a edição desta sexta-feira do Diário de Notícias. Fonte da Polícia Judiciária disse que, nos últimos seis anos, as burlas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) lesaram o Estado num montante superior a 300 milhões de euros.

A fraude terá começado em abril de 2016, quando os médicos começaram a passar receitas digitalizadas. O médico que foi detido no âmbito da operação “Receita sem papel” tem 57 anos e trabalhava no Centro de Saúde de Queluz, explica o Diário de Notícias. Os três delegados de propaganda médica que cobriam os concelhos de Amadora e Loures influenciavam o médico a passar receitas desmaterializadas aos utentes. Por passar os medicamentos sugeridos, o médico recebia viagens e estadias em hotéis de luxo.

Para poderem levantar as receitas nas farmácias, os delegados de informação médica faziam-se passar por familiares dos utentes. Depois de terem os medicamentos, os delegados revendiam-nos no mercado paralelo ou destruíam-nos e foram algumas das várias farmácias visitadas que denunciaram esta desconfiança à Polícia Judiciária, explica o diário. O médico foi detido enquanto se encontrava na casa de férias de um dos delegados, no Algarve. Um dos delegados foi detido em flagrante delito por posse de arma proibida, com vários sabres, punhais e uma soqueira.

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