Harvey e Irma têm 104 e 92 anos, respetivamente. E têm o mesmíssimo nome dos dois furacões que nas últimas horas têm assolado o Atlântico Norte e o Golfo do México.

Os Schluter (apelido do casal) viveram os grandes momentos da história do século XX, como a Grande Depressão ou a chegada de Neil Armstrong à lua, contaram à estação KXLY 4 News. Irma Schluter até se lembra de como estava o tempo no dia em que o Presidente Kennedy foi assassinado.

O casal conheceu-se na década de 40. Harvey ia visitar o seu irmão em Spokane (Washington) quando se cruzou com Irma, que estava alojada no andar de baixo com a sua irmã. Rapidamente Harvey quis casar com Irma, mas ela ficou hesitante. “Queria esperar até acabar [o ensino secundário]. Mas ele convenceu-me a casar antes disso”, lembra.

Em 1942 já estavam casados e mudaram-se para Washington depois de Harvey ter regressado do Exército e ter montado o próprio negócio como barbeiro. Criaram três filhos, mas a maior vitória da sua vida, dizem, foi “serem pais adotivos” e terem ajudado mais de 100 crianças a crescer — foi preciso muita “paciência”.

Os nomes — Harvey e Irma — são hoje conhecidos pelos piores motivos: o rasto de destruição que os dois furacões têm deixado pelas ilhas das Caraíbas, algo que Irma considera “muito triste”. Irma nem queria acreditar quando a sua filha lhe estava a contar as últimas notícias da passagem do tufão e pensava que lhe estavam a pregar uma partida. Nunca nenhum deles testemunhou um furacão, nem mesmo sismos ou tempestades de neve (mais comuns em Washington). Ao fim de 75 anos casados, Harvey diz que a esperança depois dos últimos dias se remete a uma coisa: ao amor. “É isso que nos mantém juntos”, garante.

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