A pilha de combustível a hidrogénio, que a Mercedes começou a desenvolver nos anos 80, e que, depois de mais de 300 veículos de teste construídos ao longo das últimas décadas e perto de 18 milhões de quilómetros cumpridos, dá origem à mais recente proposta do fabricante de Estugarda: o Mercedes-Benz GLC F-CELL. A apresentação, ainda apenas na forma de pré-série, é já no próximo Salão de Frankfurt.

Tendo por base o conhecido SUV GLC, o veículo de pré-produção é o resultado de um longo processo de desenvolvimento e comprovação da validade desta nova tecnologia. Com as unidades de desenvolvimento a serem submetidas a um sem-números de testes de fiabilidade, que começaram ainda no computador, com a realização dos primeiros crash-tests virtuais, análises de aerodinâmica e testes ao chassi. Seguindo-se-lhe os testes de fadiga aos diferentes componentes e, finalmente, os exames em estrada – não só ao veículo propriamente dito, mas também ao sistema de propulsão eléctrico, à célula de combustível e até à forma como se relacionam os diferentes componentes do sistema.

A unidade em estreia mundial no Salão Automóvel de Frankfurt, tal como as restantes unidades de desenvolvimento, contou com a contribuição do Centro de Competências da Mercedes no domínio do Fuel-Cell (cujos especialistas utilizaram, desde 2015, mais de 200 toneladas de hidrogénio no desenvolvimento da tecnologia). E foi, inclusivamente, submetida a testes em túnel de vento, com velocidades até aos 265 km/h. Isto, além de ter sido posta à prova sob temperaturas que variaram entre os 40 e os 60 graus Celsius, fortes tempestades de neve e até chuvas tropicais.

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Os técnicos da Mercedes não deixaram de dar, igualmente, uma atenção especial aos aspectos da segurança, nomeadamente os relacionados com os tanques de hidrogénio, as selagens e válvulas, assim como com os componentes do sistema de alta voltagem.

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Precisamente com o propósito de reforçar a segurança, os tanques, revestidos eles próprios por uma trama especial, foram colocados numa área especialmente protegida de embates, entre os eixos do veículo. Ao mesmo tempo, foi instalado um sistema de válvulas multi-stage e os circuitos do sistema de alta voltagem receberam uma protecção especial. Soluções que, garante o fabricante, concedem a este GLC F-CELL níveis de segurança comparáveis aos dos veículos convencionais.

Este não é o primeiro veículo Fuel-Cell criado pela Mercedes, a qual deu a conhecer a sua primeira proposta do género, o NECAR 1, ainda em 1994. A que se seguiram, entre outros, o Classe A F-CELL em 2003, ou o autocarro urbano Citaro FuelCELL, que já cumpriu mais de 5 milhões de quilómetros, desde 2003.

Já em 2011, a marca promoveu o F-CELL World Drive, a primeira jornada à volta do mundo em veículos a pilha de hidrogénio, em que três unidades Classe B F-CELL cumpriram um total de 30 mil quilómetros em 14 países, ao longo de 125 dias.

Já em 2015, antevendo a tecnologia agora aplicada no novo GLC F-CELL, o concept F 015 Luxury in Motion apresentou, pela primeira vez, um sistema de propulsão a hidrogénio desenhado para cumprir 1.100 quilómetros sem emissões.