A mais recente geração do Polo vai ser apresentada em Portugal na primeira semana de Outubro, para iniciar a entrega das primeiras unidades no início da semana seguinte. À semelhança do que acontece com a generalidade dos construtores, também este utilitário alemão cresce face à geração anterior, e de forma bastante generosa, mas o que mais impressiona à primeira vista são as melhorias introduzidas em termos de materiais, de qualidade de construção, de equipamento de entretenimento e segurança e, acima de tudo, de personalização, com o cliente a poder “pintar” à sua maneira o Polo, tanto por dentro como por fora.

A Volkswagen sempre foi um fabricante algo austero, com modelos sólidos e com grande reputação no mercado – do Polo ao Passat, passando obviamente pelo Golf – e, provavelmente por isso, sempre muito conservadores no que respeita à estética, e mesmo cinzentões na capacidade de personalização, hoje cada vez mais moda moda. É por isso que espanta que o novo Polo proponha 14 cores para a carroçaria, 17 tons distintos para o habitáculo, 11 desenhos possíveis para os estofos e 12 tipos diferentes de jantes. Tudo para que o seu Polo seja diferente do que possui o seu vizinho.

Seis gerações de Polo, que agora atinge a idade adulta e uma maior irreverência no que respeita à personalização

Maior, muito obrigado

O utilitário da Volkswagen, que recorre à plataforma MQB A0, a mesma que recentemente foi utilizada no Ibiza, deu um considerável salto em frente em matéria de dimensões. Ganha 8 cm no comprimento e 9 na distância entre eixos, o que deixa desde logo antever uma habitabilidade superior, pelo menos em comprimento. Mas o novo Polo cresce igualmente largura (7 cm), perdendo apenas em relação ao modelo antigo em altura (e só 1 cm), o que ajuda a torná-lo mais esguio e elegante.

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Lá atrás, a mala disparou de 280 para 351 litros (contando com o buraco onde pode estar, ou não, o pneu sobressalente), o que a coloca ao nível dos maiores do segmento quando toca a transportar a tralha da família. E em matéria de tamanho, no habitáculo e mala, o novo Polo é maior do que o primeiro dos Volkswagen Golf, de há uns anos atrás.

Uma vez no habitáculo, há mais espaço em todos os aspectos, da largura à zona prevista para alojar as pernas, com o modelo alemão também aqui a bater-se com os mais espaçosos do segmento dos utilitários. Mas se o espaço é bom – como o é a posição de condução, com o assento a baixar o suficiente para acolher mesmo os indivíduos de maior estatura -, o que salta à vista é o jogo de cores que é possível fazer, com painéis no tablier, portas e consola, em baixo, passíveis de exibirem uma cor à escolha do freguês, que tanto pode ser a da carroçaria, como outra qualquer contrastante.

Há a salientar ainda os materiais, com o plástico macio que reveste o tablier em cima e na zona intermédia, a ser de muito boa qualidade. As portas, essas recorrem a um plástico duro, mas agradável à vista, especialmente nos modelos que optam por duas cores no interior.

Face à geração que substitui, o novo Polo está 8 cm mais comprido, 7 cm mais largo e 9 cm maior na distância entre eixos, com reflexos na habitabilidade

Mais equipamento e de série

Sentado ao volante, evidencia-se o Active Info Display, o painel de instrumentos digital, que pode estar disponível em algumas versões – similar ao que equipa o Golf e o Passat e que pela primeira vez surge neste segmento –, e onde, além do conta-rotações e velocímetro, pode estar uma série de informações. A começar pelo mapa do sistema de navegação, o que deixa livre o ecrã central para outras funções, como seleccionar a música, fundamental na versão Beats.

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No centro do tablier, dividindo a meio a zona colorida, surge um ecrã digital e táctil, que tem 6,5″ (monocromático) na versão mais acessível, e 8,0” (a cores) nas restantes versões. É através deste display que se tem acesso ao Volkswagen Connect, a que os condutores podem recorrer em busca de ajuda para chegar ao destino, reservar um restaurante ou um hotel, por exemplo, além de uma série de outros serviços.

O novo Polo continua disponível com os níveis de equipamento Trendline, Comfortline e Highline, como até aqui, a que juntará o R-Line no final de 2017, com uma orientação mais desportiva. Independentemente do nível, todos os Polo usufruem de série de mais equipamento, do ar condicionado aos vidros eléctricos, passando por soluções menos vulgares neste segmento, a começar pelo Front Assist, em que um radar detecta a presença de veículos à frente e actua de modo a impedir o embate.

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Mais seguro

Além do equipamento pensado para favorecer o entretenimento a bordo, o novo Polo propõe uma série interminável de soluções a pensar exclusivamente na segurança, mais dispendiosa, mas infinitamente mais útil, especialmente quando em causa está o interesse do condutor e da família. E dos peões, pois muitos dos dispositivos são concebidos a pensar naqueles que partilham, com os veículos de quatro rodas, as vias públicas.

Além do Front Assist, já mencionado, o Polo pode incluir ainda a detecção de peões, o detector de ângulo morto, o Rear Traffic Alert, para ajudar naquelas saídas de estacionamento em marcha-atrás, em que não se consegue ver os carros que se aproximam. Para os condutores sonolentos há o Driver Alert, enquanto todos os restantes podem beneficiar do Adaptative Cruise Control, que mantém uma distância segura ao carro da frente, podendo acelerar ou travar. E, em caso de acidente, faz sempre jeito o Proactive Ocupant Protection, que fecha os vidros e tensiona os cintos quanto o embate está iminente, ou então o Automatic Post-Collision Braking, que impede que surjam outros depois do primeiro embate. E há ainda o Park Assist, de ajuda ao estacionamento, como o nome indica, além da câmara de marcha-atrás e do Maneuver Braking Function.

Motores para todos. E GTi de 200 cv em Dezembro

A gama do novo Polo para o nosso país tem a versão mais acessível equipada com o motor 1.0 MPI de 75 cv, a gasolina, com as unidades dotadas de turbocompressor e muito mais força a baixo regime a arrancar com o 1.0 TSI de 95 e de 115 cv. A estes três motores, disponíveis logo no início de Outubro, juntar-se-á o 1.5 TSI de 150 cv lá para o final do ano.

A gasóleo, a oferta começa e acaba com o 1.6 TDI, uma vez que o 1.4 TDI desapareceu, mas esta unidade surge em duas versões, com 80 e 95 cv. Contudo, apenas estará disponível em Dezembro. Como a versão a gás natural 1.0 TGI não será comercializada em Portugal, uma vez que este tipo de combustível não tem grande apetência entre nós, a novidade que resta conhecer é, curiosamente, uma das mais esperadas: o 2.0 TSI de 200 cv, que motorizará o Polo GTI, também a chegar ao nosso país antes do Natal.

Ao volante

Durante a apresentação à imprensa internacional, que teve lugar em Hamburgo e sob um clima mais típico de Inverno do que da época estival que atravessamos, tivemos a oportunidade de conduzir o Polo equipado com o motor a gasolina 1.0 TSI de 95 cv, um dos que promete ser mais popular entre nós, equipado com caixa DSG de seis velocidades.

A “nossa” unidade estava equipada com o sistema de som Beats, desenvolvido pela empresa do mestre do hip-hop Dr. DRE, o que desde logo nos permitiu constatar que se podem organizar umas festas a bordo do utilitário da Volkswagen, tal a potência sonora instalada. Mas a música que queríamos avaliar era outra, pelo que e apesar do trânsito intenso nos arredores daquela cidade portuária, lá tentámos dar ao Polo o mesmo tipo de utilização a que os condutores nacionais o vão submeter.

A posição de condução é boa e fácil de encontrar, face às regulações do assento e volante, com o carro a cativar pelo conforto – aquilo dos carros alemães serem secos já era – e pela insonorização. É certo que o motor a gasolina é sempre mais silencioso do que os diesel, mas a verdade é que o isolamento é bom, mesmo em relação às vibrações do três cilindros. Com apenas 1.100 kg, o veículo despacha-se bem e o motor responde bem às ordens do acelerador. Quando o mau piso aparece – devemos confessar que, para simular o mau estado das estradas portuguesas, nos vimos obrigados a subir uns quantos passeios mais baixos das zonas residenciais (os acessos às garagens), a 70 km/h, para depois os descer quando atingiam a altura normal –, o Polo mantém a compostura e o conforto.

Depois de constatarmos que consumo rondou os 6,1 litros numa utilização mista, longe dos valores anunciados pelo ciclo que agora termina (NEDC), mas certamente mais próximos do WLTP que entrou em vigor em Setembro, passámos ao banco traseiro, onde foi fácil verificar que o espaço é maior em largura e muito maior em comprimento.

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Preços e série de lançamento

Com as primeiras unidades a serem entregues por volta de dia 10 de Outubro, a novo Polo vai estar disponível a partir de 16.285€, valor relativo à versão menos possante (1.0 MPI de 75 cv), com o nível de equipamento Trendline. O nível seguinte, o Comfortline, custa mais 1.000€, com o Highline, o mais rebuscado, a exigir um investimento adicional de 3.500€.

O motor 1.0 TSI de 95 cv, que representa 40% das vendas, é proposto por 17.055€ (Trendline), e mais 1.900€ se dotado de caixa automática DSG, com a versão desta mesma unidade com 115 cv a ser proposta por 21.840€, ela que já só está disponível em nível Comfortline e caixa DSG.

Durante a fase de lançamento, a Volkswagen propõe uma série especial, limitada a 200 unidades, que oferece mais 1.600€ de equipamento, a começar pela navegação, entre outros, por apenas mais 1.000€, com vantagens para o cliente.

A partir de Dezembro, este que é o segundo utilitário mais vendido na Europa, depois do Clio, passa a ser igualmente proposto com o motor 1.5 TSI de 150 cv, que desactiva dois dos quatro cilindros quando se acelera pouco para poupar nos consumos e nas emissões, sendo comercializado por 26.930€ (Highline com DSG). A versão GTI de 200 cv, com motor dois litros sobrealimentado vai surgir igualmente no final de 2017, com suspensões mais desportivas, menor altura ao solo e um preço de 30.560€, com caixa manual de seis velocidades e 32.140€ com DSG de sete velocidades.

As opções turbodiesel têm à disposição exclusivamente o motor 1.6 TDI, nas versões de 80 e 95 cv. O primeiro e o mais acessível a gasóleo será comercializado por 20.430€ (Trendline e caixa manual), ou por 22.956€ (Comfortline e DSG).