Dois milhões de crianças mexicanas foram “muito afetadas” pelo sismo de quinta-feira e precisam de apoio psicológico e emocional, além do regresso imediato à escola, defendeu esta segunda-feira uma representante da Unicef no país. “Consideramos que o regresso imediato à escola é uma oportunidade para que as crianças possam superar este medo e stress que viveram com o terramoto”, afirmou a representante adjunta da Unicef no México, Pressia Arifin Cabo, à agência de notícias Efe.

Numa visita aos estados de Chiapas e Oaxaca, a representante da Unicef disse que as crianças daquelas zonas foram afetadas “não só fisicamente, mas psicológica e emocionalmente”, já que sofrem de nervosismo e de elevado stress dada a “destruição elevada que os rodeia”. A falta de normalidade “agudiza ainda mais a situação emocional”, considerou Pressia Arifin Cabo, apelando às autoridades que “façam tudo para que as escolas possam reabrir novamente”. As aulas estão suspensas por tempo indeterminado. “Essa é a única maneira de as crianças superarem o medo”, assegurou, acrescentando que é necessária ajuda psicológica e emocional de “profissionais de saúde mental”.

Segundo o balanço oficial mais recente, o sismo de magnitude 8,2 que atingiu na quinta-feira o sul do México provocou 96 mortos. As forças armadas criaram uma ponte aérea entre os estados de Oaxaca e Chiapas para transportar máquinas de construção que permitam limpar os escombros. A maior dificuldade tem sido a distribuição de alimentos nas zonas montanhosas, de difícil acesso. O governador de Oaxaca indicou que pelo menos 12.000 habitações ficaram danificadas naquele estado.

O epicentro do sismo — o mais forte no último século no México — localizou-se no Pacífico, a cerca de cem quilómetros ao largo de Tonala (estado de Chiapas), de acordo com o centro geológico norte-americano. O tremor de terra fez ainda mais de 200 feridos no México, enquanto na Guatemala quatro pessoas ficaram feridas.

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