A consultora BMI Research considera que os bancos angolanos vão recuperar da crise em 2018, mas o clima de baixo crescimento económico e constrangimentos de liquidez vai manter-se, expondo a vulnerabilidade da banca ao setor petrolífero.

“Os bancos comerciais em Angola vão continuar em dificuldades devido ao clima de baixo crescimento económico e constrangimentos de liquidez, mas o aumento da produção de petróleo e a reestruturação de alguns bancos estatais vão possibilitar alguma recuperação em 2018”, diz esta consultora britânica.

Numa nota sobre o setor bancário em Angola, enviada esta terça-feira aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que, apesar disso, “o setor permanece vulnerável dada a grande dependência da indústria petrolífera em fase descendente”.

As dificuldades da banca em Angola manifestam-se “na forma de pouca procura de crédito, fraca qualidade dos ativos e uma falta de liquidez de dólares nos próximos trimestres”, acrescentam os analistas. A forte exposição ao setor da indústria petrolífera, que desde 2014 enfrenta uma crise devido à descida dos preços, levou os bancos a “pedirem um resgate financeiro ao Estado para injetar liquidez no sistema financeiro”.

A agência de notação financeira Fitch alertou em março para uma falta de liquidez em vários bancos angolanos, incluindo o estatal Banco de Poupança e Crédito. A BMI Research acredita que esta “falta de liquidez vai manter-se como um obstáculo para os bancos comerciais nos próximos meses, exacerbada pela fraca procura de crédito no setor do petróleo e na economia em geral”.

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