O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou esta quarta-feira que a ideia avançada pelo presidente da Comissão Europeia sobre a fusão dos postos de comissário europeu dos Assuntos Económicos e de presidente do Eurogrupo é positiva.

A proposta “vem no sentido do que já tem sido defendido por Portugal; o que já existe hoje na política externa da União, uma alta representante que fala em nosso nome, a nossa ministra dos Negócios Estrangeiros, digamos, e que é também vice-presidente da Comissão Europeia, provou bem na frente externa e pode provar bem na frente financeira e orçamental”, argumentou Augusto Santos Silva.

Falando aos jornalistas à margem da celebração do início do ano letivo do ensino do português no estrangeiro, que decorreu esta manhã, no Instituto Camões, em Lisboa, Santos Silva vincou que “a criação dessa eventual figura é a tradução, do ponto de vista institucional, de uma reforma da união económica e monetária (UEM) que temos de fazer”.

O presidente da Comissão Europeia defendeu esta manhã, em Estrasburgo, a fusão dos postos de comissário europeu dos Assuntos Económicos e de presidente do Eurogrupo, para que a Europa passe a ter “um ministro europeu da Economia e Finanças”.

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Estado da União. A declaração polémica em que Juncker ignorou Portugal

Dirigindo-se ao Parlamento Europeu por ocasião do seu discurso sobre o Estado da União, Jean-Claude Juncker disse que uma das suas prioridades é “uma união económica e monetária mais forte”, e, nesse contexto, manifestou-se favorável à criação de um fundo monetário europeu, de uma linha orçamental específica para a zona euro e à figura do “ministro da Economia e das Finanças”.

Precisamos de um ministro europeu da Economia e Finanças, alguém que acompanhe as reformas estruturais nos nossos Estados-membros. Ele pode apoiar-se no trabalho levado a cabo pela Comissão desde 2015, no quadro do seu serviço de apoio à reforma estrutural”, apontou.

Santos Silva considerou o discurso “muito positivo e importante”, dizendo que Portugal se revê nas cinco prioridades apontadas por Juncker no discurso, e vincou que a criação da nova figura comprova é necessário reformar a União Europeia a nível económico.