Portugal, juntamente com Espanha e Grécia, está nas últimas posições da tabela do desenvolvimento do talento das pessoas dos países da Europa ocidental, apesar de ocupar a 43.ª posição a nível mundial, foi anunciado esta quarta-feira.

O relatório sobre o Índice de Capital Humano 2017, realizado pelo Foro Económico Mundial ou Foro de Davos, que tem sede em Genebra (Suíça) e é presidido pelo alemão Klaus Schwab, analisa 130 países e explica que se desenvolveu 62% do capital humano em todo o mundo, percentagem que considera insuficiente.

Os esforços para fomentar todo o potencial económico das pessoas são insuficientes porque apenas 25 países desenvolveram 70% ou mais do seu capital humano, sublinha.

A maioria dos países aproveita entre 50% e 70% deste talento, mas ainda existem 14 países que se mantêm abaixo dos 50%, adverte o Foro de Davos.

“A incapacidade dos países de desenvolver adequadamente o talento das pessoas reforça as desigualdades ao privar as pessoas de oportunidades e da possibilidade de aceder a uma ampla base de empregos de qualidade”, indicam os especialistas do Foro.

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Segundo a diretora de Educação, Género e Trabalho do Foro Económico, Saadia Zahidi, as estratégias dos países podem variar em função da sua estrutura demográfica, mas “todos correm o risco de criar gerações perdidas”.

Por isso, Zahidi recomenda “uma focagem mais integradora e proactiva na altura de fomentar o talento para gerir a passagem da educação para o emprego, a formação contínua e a aquisição de novas capacidades”.

A Europa ocidental é a segunda região melhor posicionada no desenvolvimento do capital humano atrás dos Estados Unidos e Canadá.

Os Estados Unidos (posição 4) aparecem na lista dos dez primeiros países do mundo e Canadá (14) na dos vinte primeiros, na qual também estão quatro países da Ásia oriental e Pacífico, três da Europa de leste e Ásia central, e um país da região do Médio Oriente e norte de África, Israel (18).

A lista da Europa ocidental é dominada por países nórdicos com a Noruega à frente, que também lidera a nível mundial, seguida da Finlândia (2), Suíça (3), Dinamarca (5), Alemanha (6) e Suécia (8).

Doze países ultrapassaram pelo menos a meta dos 70% do seu capital humano, e a Holanda (13), Bélgica (15) estão à frente das potências Reino Unido (23) e França (26), que ocupam as posições intermédias da região.

Três países mediterrâneos, Portugal (43), Espanha (44) e Grécia (48) estão nas posições mais baixas.

O Foro analisa quatro áreas chave para o desenvolvimento do capital humano: a capacidade (os investimentos na educação formal), a aplicação e acumulação de habilitações no trabalho, o desenvolvimento (a educação das novas gerações e a formação e a reciclagem da atual) e o conhecimento (os conhecimentos especializados que se utilizam no trabalho).

O estudo também mede o rendimento dos países em cinco grupos de idade ou gerações claramente diferenciadas.

Atrás da Europa ocidental, está a Europa de leste e a Ásia central, região que tem três países entre os 20 primeiros a nível mundial: Eslovénia (9), Estónia (12) y Rússia (16).

A região da Ásia oriental e Pacífico está na zona média do índice, sendo as nações melhor posicionadas Singapura (11), Japão (17) e Coreia do Sul (27).